Tem vezes que, mesmo diante do grande esforço, não tem jeito: pode cortar cenas, retirar personagens, mudar a história e a novela ainda vai ficar sem reagir. A rejeição do público é um cruel caminho sem volta e acaba desconsiderando boas obras.
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Os autores das novelas que citaremos a seguir provavelmente devem ter um desgosto tremendo, por entregarem algo tão bom e receberem tão pouco de audiência em troca. Veja:
Segundo Sol
Sucedendo um grande sucesso de Walcyr Carrasco, só se esperava o melhor sobre Segundo Sol. Foi uma novela basicamente encomendada, porque a Globo queria uma obra que retratasse o público de sua praça mais deficitária de audiência: a Bahia. Porém, apesar de ter uma história excelente, a novela teve um pecado quase que irreversível.
Retratou uma população predominantemente negra, mas praticamente sem negros no elenco. Isto fez com que muita gente desse enfoque no erro e desconsiderasse todo o restante do folhetim, rendendo uma audiência aquém do esperado.
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Nos Tempos do Imperador
Tida como uma novela derivada, Nos Tempos do Imperador ficou de olho em todos os erros de Novo Mundo (2017) e fez uma boa novela. Tudo estava bem, até chegar a pandemia. O fluxo comum das gravações foi interrompido drasticamente. Diante das indefinições da crise sanitária, a novela que substituiria Éramos Seis (2019) não estreou.
Quando finalmente aconteceu o lançamento, Nos Tempos do Imperador sucedeu uma reprise e a audiência foi fraca. Fora isto, um escândalo nos bastidores afirmava que o núcleo de atores negros estava sendo segregado e sofrendo com racismo, o que fez com que o folhetim chamasse atenção negativamente e influenciasse na rejeição.
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Espelho da Vida
Praticamente, não há títulos sobre o espiritismo que tenham sofrido com baixa audiência. Porém, Espelho da Vida infelizmente faz parte do hall de novelas deste segmento que não caíram no gosto do público mesmo tendo sido boas. Muitas das críticas falavam que era uma novela com teor sombrio.
Também, criticava-se a complexidade da história, que se passava ao mesmo tempo em três fases. Mesmo tendo feito um bom trabalho, sobrou para a autora Elizabeth Jhin levar a culpa de um fiasco. Depois de Espelho da Vida, ela não foi mais convidada pela Globo para outras novelas.
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Meu Pedacinho de Chão
Uma reedição de uma novela de fantasia feita em 1971, a Globo caprichou com Meu Pedacinho de Chão. Fez um bom trabalho e um investimento altíssimo, com uma escalação de elenco impecável, composição cenográfica e figurinos de encher os olhos.
Porém, apesar de todos os críticos entrarem em consenso sobre este assunto, os telespectadores tiveram uma opinião completamente diferente. Até o ano em que esteva sendo exibida, Meu Pedacinho de Chão foi considerada a novela das seis com pior audiência. Sofreu também com o período de auge do Cidade Alerta, que estava sob apresentação de Marcelo Rezende e costumava bater recordes de audiência.
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Cama de Gato
Trama conceituada e resultado de mais um trabalho exitoso da dupla Duca Rachid e Thelma Guedes, Cama de Gato foi simplesmente premiada pelo troféu concedido na Banff World Television como melhor telenovela. Muito se falava em uma novela com “ritmo de folhetim do horário das nove”.
A questão é que, mesmo entregando tudo isto, Cama de Gato não engatou. Isto é: não é possível afirmar que foi um completo fiasco, mas nunca saiu da mesmice em audiência e pouco reagiu. Atingiu a meta de 24 pontos e não saiu disto, mesmo sendo um novelão.
Nas novelas antigas, cada personagem tinha sua “história”! Depois que veio o “retratar” a realidade, surgiu o coadjuvante do coadjuvante: quem não se lembra da Força do Querer, que na reprise fizeram a matéria dos personagens que “desapareceram sem terem morrido” ou eventualmente aparecem! Era a amiga da Ritinha; o amigo do Rui; namorada do amigo do Rui; “a noiva” do Caio! Até a Psicóloga da família teve: passando a novela “acompanhando” o vício da mãe em jogo e o conflito de gênero da prima, que por sua vez contou com um amigo/paquera, com inserções do personagem até ela chegar na “travessia” para a transexualidade!