Ultimamente, o SBT tem exibido uma campanha contra a homofobia diante de falas controversas de algumas de suas figuras. Patrícia Abravanel, que inclusive defendeu o direito de ser intolerante durante um programa ao vivo, foi atacada nas redes sociais e está em uma batalha judicial após ser acionada por suas declarações homofóbicas.
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Porém, muito antes de todo este burburinho, o canal deu espaço a uma causa numa época em que ela era pouco discutida. Quando estava tentando emplacar suas novelas adultas, Iris Abravanel chocou muitos conservadores.
A mulher de Silvio Santos escalou para o remake de Vende-se um Véu de Noiva (2009) uma mulher transexual, a primeira em um elenco de novela no Brasil. Apesar de colocá-la para viver uma personagem considerada um estereótipo para pessoas nesta condição, o fato de ter uma trans numa novela do SBT repercutiu bastante.
Isto foi muito antes de Ivana, personagem que se descobriu transgênero em A Força do Querer (2017), ou das temáticas do espectro LGBTQIA+ estarem em ênfase ou serem discutidas mais a fundo, como acontecem em novelas globais. É importante enfatizar que, antes de ser militante como é, a Globo costumava colocar personagens transexuais e/ou transgêneros nas novelas, mas sempre interpretados por homens ou mulheres cis.
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Mesmo que discretamente, houve uma introdução ao assunto a qual, diga-se de passagem, não foi bem digerido por uma grande parcela de conservadores. Tanto é que, junto a esta participação considerada polêmica na época, coincidiu a rejeição à trama.
Considerada um verdadeiro fiasco de audiência, Vende-se um Véu de Noiva não caiu no gosto do público. Quanto a aparição da trans, foi em uma cena onde ela atuava vivendo uma personagem que era travesti.
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Tratava-se da atriz Fabianna Brazil, a qual comentou sobre a participação que fez na novela do SBT durante uma entrevista ao jornal carioca Extra em 12 de novembro de 2009.
“A emissora está quebrando barreiras ao exibir uma trans-atriz atuando em novela. A imagem do transexual está associada ao universo da prostituição. Mas existem trans que atuam em diversas profissões”, esclareceu Fabianna.
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Numa das matérias sobre o assunto, vale destacar a abordagem problemática feita pelo jornal Folha de S. Paulo ao explicar para seus leitores o que é a transexualidade: “Fabianna interpretará […] uma ‘trans’ –termo para designar a pessoa que tem corpo de mulher, mas que mantém pênis e testículos e não gosta de ser chamado de travesti”.