O adeus é doloroso, mas costuma ser ainda mais quando se tratam de pessoas com legados históricos. Gilberto Braga é um exemplo claro do quanto algumas perdas são irreparáveis. Afinal, foi ele o responsável por vários clássicos da nossa teledramaturgia.
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Em 2008, sua novela Paraíso Tropical nos deu orgulho ao trazer um Emmy Internacional. Muito antes disto, seu talento foi reconhecido em inúmeros casos. Ainda na década de 70, ao adaptar o romance Escrava Isaura (1976), o novelista mostrou sua veia artística para o gênero.
Depois disto, a Globo o colocou como braço direito de medalhões como Janete Clair e Dias Gomes. Isto fez ele ir galgando seu espaço de modo que adquirisse grande experiência na função de novelista.
O autor era considerado uma fábrica de sucessos, pois foram das mãos dele que foram produzidos ícones como: Água Viva (1980), Brilhante (1981), Louco Amor (1983), Corpo a Corpo (1984), Vale Tudo (1988), O Dono do Mundo (1991), Pátria Minha (1994), Celebridade (2003), Insensato Coração (2011) e dentre outros casos.
A morte de Gilberto Braga
No entanto, o que se percebeu foi que Gilberto Braga passou a estar na geladeira da Globo imediatamente ao fim de Babilônia (2015), novela marcada pelo fracasso. É fato que ele passou por alguns problemas de saúde após a novela, mas nunca escondeu seu desejo de retornar.
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Nos últimos meses de sua vida, Braga teve complicações referentes ao mal de Alzheimer. No entanto, o autor de novelas da Globo sempre quis tirar seus projetos do papel. Alguns deles foram: uma série sobre Elis Regina, uma novela das seis e outra das nove.
A segunda criação de Gilberto era tida por ele como uma das favoritas. Tanto é que, empolgado com a novela, chegou a acelerar a criação dos textos e deixou 80 capítulos prontos. Quando o autor ainda estava vivo, a Globo teria dado sinal verde para o folhetim e, pouco tempo depois, voltou atrás.
A trama se chamaria Feira das Vaidades e seria baseada em Vanity Fair, obra de William Makepeace Thackeray. Ambientada no Rio de Janeiro dos anos 20, a novela contava com um orçamento oneroso.
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Malu Mader e Cássio Gabus Mendes foram os primeiros reservados para papéis em Feira das Vaidades, que infelizmente acabou não acontecendo. No início do ano, chegou a ser ventilado que a emissora carioca estava interessada em voltar a desenvolver a novela, como forma de homenagear Gilberto e atendendo a um pedido dele próprio.