A primeira novela oficialmente voltada aos evangélicos da Globo, Vai na Fé está enfrentando um dilema. Para compor a trilha sonora da novela, estão sendo cotados alguns nomes consagrados da música gospel.
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No entanto, de acordo com informações do colunista Daniel César, existe um impasse entre os cantores e a emissora. Isto porque, como se sabe, a maioria dos evangélicos apoiam o presidente Jair Bolsonaro.
Pesa-se o fato de que a Globo é uma crítica ferrenha de Bolsonaro, além de que, a empresa costuma levantar bandeiras sobre a diversidade e à favor do público LGBTQIAP+. Diante destas situações, cantores evangélicos estariam descartando a ideia de fazerem parte da trilha de Vai na Fé.
Um dos produtores musicais responsáveis pela negociação das canções que irão compor a próxima novela das sete global afirma que está havendo uma resistência nos bastidores. Ana Paula Valadão (vocalista do grupo Diante do Trono), Bruna Karla, Thales Roberto e Aline Barros são alguns dos preteridos para fazerem parte da trilha sonora do folhetim gospel.
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No entanto, o primeiro caso citado teve um recente imbróglio judicial com a Som Livre, antiga gravadora do Grupo Globo. Ao mesmo tempo, Ana Paula Valadão costuma ser bombardeada por portais de notícias da Globo, que criticam as constantes declarações homofóbicas da cantora.
Em certa ocasião, Valadão chegou a associar o vírus HIV aos homossexuais. Bruna Karla e Aline Barros seguem o coro da vocalista do Diante do Trono, ao se demonstrarem contra gays em diversos posicionamentos públicos. Thales Roberto é ligado diretamente a gravadora de Silas Malafaia, pastor crítico ferrenho da Globo.
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Neste sentido, as artistas só participam da trilha sonora de Vai na Fé caso abram mão de seus discursos, pois naturalmente há uma associação entre a imagem dos cantores e a imagem da emissora. Portanto, caso a Globo continue querendo que sua nova novela crente tenha os principais nomes da música gospel, sofrerá bastante.
Procurada para comentar o caso, a emissora carioca negou veementemente: “Não procede qualquer dificuldade com relação à trilha, inclusive, porque essa etapa ainda nem começou a ser definida”.