Repleta de fracassos na dramaturgia, a Globo curiosamente tem duas reprises como os seus maiores acertos em 2024. O sucesso de Alma Gêmea (2005) e Tieta (1989) no Vale a Pena Ver de Novo evidenciou ainda mais a decadência das atuais novelas da emissora.
Está claro que a Globo vive uma crise em suas novelas atualmente, mas não só de audiência. É uma crise criativa que afeta boa parte das produções do canal, que vivem de histórias que não se sustentam e até mesmo cheias de incoerências — Mania de Você é um exemplo disso.
O resultado é o que está aí: novelas sem audiência e sem repercussão. No meio disso tudo, duas produções se destacaram, mesmo tendo sido produzidas há décadas.
Os maiores acertos da Globo em 2024
Escalada para salvar o ibope do Vale a Pena Ver de Novo após o fiasco de Paraíso Tropical (2007), Alma Gêmea se mostrou uma aposta certeira. A trama de Walcyr Carrasco produzida originalmente há 19 anos não só aumentou a audiência, como também repercutiu bastante entre o público. A própria Globo embarcou no sucesso do folhetim para promover Mania de Você.
Para completar, Tieta veio em pleno mês de dezembro — em que historicamente o ibope cai por conta das festas de fim de ano — e manteve a audiência em alta na sessão de reprises vespertina, além de também repercutir. A novela escrita por Aguinaldo Silva, Ricardo Linhares e Ana Maria Moretzsohn, inclusive, já tem índices maiores que a antecessora.
Público deixa recado
O fracasso das produções atuais e o sucesso das novelas do passado deixam um recado claro para a Globo: o público quer histórias tradicionais, com apelo. Além disso, a repercussão vem porque são bons produtos, não pela presença de influenciadores.
A alta audiência das reprises deixa uma lição para o comando da maior emissora do país, que atualmente se preocupa mais em não “chocar” telespectadores mais conservadores ao invés de se atentar para a qualidade das histórias que produz.
O sucesso de Alma Gêmea, uma trama espírita, e de Tieta, que tem todo um lado sensual, é um tapa na cara de quem tenta agradar um público conservador que já mostrou que não quer assistir a Globo. Fica a lição para 2025.