A atriz Claudia di Moura deu vida a Zefa na atual novela das 9 por vários meses. E, já se despedindo da personagem, ela falou o que acha sobre a matriarca da família Athayde e o futuro dela na reta final da história.
Ao Uol, a atriz afirmou sobre só agora Zefa ter tirado o uniforme de empregada: “Não encaro essa possível demora como uma falha da narrativa. É coerente com a firmeza de Zefa. Firmeza que, às vezes, vira teimosia, mas que faz sentido dentro das convicções dela”.
E acrescentou: “A relação com o uniforme, por exemplo. Não é meramente uma peça de figurino. É um símbolo, é sua farda de combatente. Ela nunca poderia se livrar dele enquanto não sentisse que a guerra havia sido finalmente vencida”.
E seguiu opinando sobre a trama global e os personagens: “Não significa que todos terão [redenção], não sei de todos os segredos. Mas sei que não posso julgar Zefa. Suas circunstâncias foram muito específicas, é dificílimo encontrar paralelo absoluto com as vivências reais. Enxergo sua trajetória como uma metáfora da mulher que foi destituída de sua individualidade por um sistema machista e sufocante, mas que não deixou de ser uma engrenagem desse mesmo sistema, pois é isso que ele faz. Ele incorpora os oprimidos”.
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E comentou sobre o fato de sua personagem ter escondido que sabia que Severo é pai de karola: “Não acho que o foco deva estar na responsabilidade de Zefa, mas sim sobre a vilania de Severo. Ela fez tudo o que fez sob opressão, manipulação e ameaças. Poucas vezes na vida, ela pôde agir de acordo com suas próprias vontades”.
Claudia faz mistério para revelar se ela acredita ou não na hipótese de que Zefa ame mesmo Severo e por isso teria perdoado seus erros. “Perdão e amor são virtudes de quem os dá, não necessariamente de quem os recebe”.
“O que posso dizer é que já sinto saudades dessa mulher forte que abriu as portas do Brasil para o meu trabalho como atriz”, conclui Claudia.