Marco Pigossi decidiu sair da Globo em 2017, após o fim de A Força do Querer. Hoje na Netflix, o ator já está em sua terceira série no serviço de streaming. Agora, falando espanhol. E em conversa com o Uol, ele comentou sobre sua passagem pela Globo.
“Continuo no ar durante dois anos! (risos) É interessante. ‘Fina Estampa’ foi uma novela de 2011, ou seja, é uma novela que tem nove anos. Foi a minha terceira novela. Começo de carreira, né? É muito aflitivo para mim! Para eu me ver assim, para eu me ver com aquela idade, com aquela experiência que tinha ali naquele momento, com os meus recursos de ator naquela época. Mas é super interessante ver, e saber que a novela está passando de novo”.
“E agora vem “A Força do Querer”, que é uma novela que foi a minha última novela lá na Globo, que fiz, mas que foi uma das que fui mais feliz na vida. Tanto em todos os sentidos, a direção e elenco. Fui muito feliz nessa novela! A possibilidade de explorar um personagem que era diferente, saía do lugar comum do mocinho. Um personagem que briguei tanto para colocar humor, para colocar quase um estereótipo do que era, do que poderia ser e um estereótipo no bom sentido, um tipo. E sempre quis brincar com isso”.
Marco Pigossi ainda relembrou o seu primeiro grande trabalho. “O meu primeiro personagem na Globo foi o Rosa Chiclete em Caras e Bocas, em 2009. Que era… Eu como ator gosto de brincar disso. Eu saio da minha zona de conforto, saio do que conheço. Então estou muito feliz que essa novela vai repassar. É super recente na verdade, a novela passou há pouquíssimo tempo, mas foi um sucesso de audiência e tudo. Então é uma coincidência feliz! É uma coincidência feliz, essa novela voltar!”.
MARCO PIGOSSI EM A FORÇA DO QUERER:
O ator relembra que Ritinha enrolava muito o Zeca. “Dava mil voltas nele. O mocinho sempre se dá mal, né? O mocinho sempre é o último a saber das coisas, é o último a perceber. Esse sempre foi o meu desafio, né? Como você faz um mocinho que passa oito meses na novela, porque são oito meses de conteúdo, né? Uma linguagem muito fixada nesse sentido. Como é que você faz um mocinho que é o último a saber de tudo, que só é enganado, que não consegue ver a verdade, que não consegue reagir durante oito meses, e como que as pessoas ainda queiram vê-lo, né?”.
“Sempre falo que fazer o vilão é muito mais fácil! Fazer o mocinho é muito mais difícil, porque é muito difícil você manter um personagem, manter a atenção do público em um personagem passivo nesse sentido. E o vilão é divertido, a gente adora fazer coisas, né? Maldades em novelas, e coisas assim. Dá para brincar, tem mais espaço para explorar”.
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Sobre voltar a fazer novelas, ele pondera: “Eu nunca digo nunca! Acho que isso é um erro, né? Acho que nenhum capítulo é nunca encerrado. Estou sempre buscando personagens interessantes. O que acontece nesse momento, é que estou mais interessado no formato séries, ou longas e filmes, né? Porque acho que a gente consegue ter uma atenção maior”.
DE VOLTA À GLOBO?
“As pessoas sempre falam no Instagram: ‘volta pra novela, por favor’, mas é porque também o que acontece com a série é que acaba sendo um intervalo maior de trabalhos né, então eu lancei a “Tidelands”‘ em 2018 e 2019 eu não tive nada pra lançar nesse sentido né.. Ficou, fica um hiato, foi o ano que eu mais trabalhei mas fica um hiato nisso, então as pessoas sentem falta, porque a novela você está lá oito, dez meses presente, as séries têm um hiato entre uma e outra, mas agora esse ano eu lançando as duas séries, as outras pessoas vão ficar felizes”.
Marco Pigossi acrescenta: “Quando falo do formato da telenovela, ele é muito complexo. Quando explico uma telenovela, por exemplo para os atores na Espanha, quando estava gravando o “Alta Mar”, explico o que é uma novela brasileira, nem eles acreditam! (Mauricio ri) Porque é uma hora de material bruto por dia, durante oito meses. De oito a dez meses. É muita coisa! É muita coisa! Então assim, existe um tempo hábil para você fazer aquilo, né? E existe uma certa profundidade. Até que ponto você consegue ir em tudo. Na direção, na luz, na profundidade dos personagens, no que você quer falar”.