A frase de Chacrinha sobre as cópias que a TV brasileira normalmente faz é cansativamente repetida, porém é um fato. Na falta de criatividade e diante da pressa para faturar, muitas vezes as emissoras não contam com tempo para criar e abusam dos remakes.
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Assim como acontece na líder de audiência, com o SBT não foi diferente. Em diversos casos, novelas estrangeiras e até mesmo brasileiras estiveram sendo repaginadas e relançadas em novas versões. Foi assim com Éramos Seis (1994), também com Carrossel (2012) e continuará desta maneira com Poliana Moça, que estreará em 2022.
Nestes casos, o sucesso foi garantido. Porém, o SBT provou do gosto amargo do arrependimento em algumas situações. Veja quais foram:
Jerônimo
A produção feita pelo SBT baseada na obra homônima do autor Weltman recebeu grande investimento na época e é um remake de Jerônimo, o Herói do Sertão, série de sucesso feita pela TV Tupi na década de 70. Porém, estes bons índices não se repetiram com o remake do SBT.
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A trama recebeu de Chispita os índices em alta e, logo na primeira semana, os derrubou em cerca de 30%. Encerrou com média de 6.61, demonstrando um fracasso. A novela ganhou chance na grade da emissora por outras duas vezes e, ainda assim, não empolgou.
Pequena Travessa
O remake de Mi Pequeña Traviesa, de Abel Santa Cruz, produzida pela Televisa em 1997, não foi um grande fracasso. Ainda assim, a ideia era que a novela aumentasse os índices, o que não aconteceu. Porém, percebeu-se que a trama teve uma certa estabilidade de audiência, o que faz com que ela não figure entre os fiascos.
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Ainda assim, a meta para Pequena Travessa (2002) era de superar a casa dos 15 pontos, diante do elenco de peso com nomes como Bianca Rinaldi, Ana Cecília Costa, Rachel Ripani, Tânia Bondezan e Rodrigo Veronese, e uma abertura cantada por Rouge, grupo que era recordista das paradas musicais na época em que a novela teve exibição. Ao fim de sua exibição, Pequena Travessa conseguiu média de 13.8 pontos.
Amigas e Rivais
Neste caso, além de ganhar reprises por outras vezes, Amigas e Rivais (2007) é um exemplo curioso. Isto porque, em sua primeira exibição, teve de ser picotada e perder diversos capítulos à pedido de Silvio Santos, vendo o péssimo desempenho de sua novela. O remake da mexicana Amigas y Rivales só teve boa audiência quando foi reprisada.
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Além de ter se saído bem, a reprise da novela no ano de 2011 teve o dobro de audiência da exibição original (3 pontos de média na exibição original e 5.6 na reprise), algo considerado inédito entre todas as audiências de reprises da TV brasileira.
Uma Rosa com Amor
Adaptada por Tiago Santiago, Uma Rosa com Amor teve em seu elenco nada mais, nada menos do que nomes como Betty Faria, Jussara Freire, Paulo Goulart Filho e dentre muitos outros. A ideia era que a novela repetisse o sucesso da trama homônima feita pela Globo no início da década de 70.
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A fórmula não pegou e, na primeira semana, Uma Rosa com Amor já demonstrava sinais de fragilidade. Pegou um impulso por meados da terceira semana, o que garantiu uma estabilidade. Na reta final, deu uma reagida, mas o percurso geral não permitiu que a novela atingisse ou superasse sua meta de 8 pontos, tendo encerrado com 6 pontos.
Corações Feridos
Na lista entre as piores audiências da história da dramaturgia do SBT, Corações Feridos foi um remake da mexicana A Mentira, exibida no Brasil pelo próprio canal e tendo sua última reprise sido exibida em 2016. Além de ser rejeitada pelo público, os críticos de TV endossavam na época a enrascada em que Silvio Santos entrou ao investir neste folhetim.
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Sendo assim, teve a quantidade de capítulos reduzida para 93 e antecedeu Carrossel, que mais do que triplicou os índices. Para que se tenha noção do fiasco, além de nunca ser reprisada, Corações Feridos chegou a média geral de míseros 4.63 pontos.