Em clima natalino, a Globo resolveu dar uma trégua na decisão de apagar Regina Duarte da história da emissora. Nos últimos anos, a rede ignorou a atriz depois de polêmicas que ela protagonizou durante o governo de Jair Bolsonaro, mas a tirou da “geladeira” após marcar o retorno de Vale Tudo, que ganhará um remake em 2025.
O canal carioca passou a usar uma cena protagonizada por Regina na trama de 1988 para promover a próxima temporada do The Masked Singer Brasil. O reality dos mascarados entrará nas comemorações dos 60 anos da Globo no ano que vem e homenageará as novelas.
O retorno de Regina Duarte à Globo
A volta de Regina à tela da Globo aconteceu na noite da última quarta-feira (24). Desde então, a emissora está exibindo em seus intervalos uma cena da atriz interpretando Raquel Accioli em Vale Tudo. A trama, que ganhará uma nova versão no próximo ano, será representada por Odete Roitman (Beatriz Segall) no The Masked Singer.
Uma celebridade misteriosa se esconderá na fantasia da vilã no programa que estreia a nova temporada em janeiro, sob o comando de Eliana Michaelichen. Na cena de Vale Tudo que a Globo está exibindo, Raquel (Regina Duarte) surge num embate com Odete Roitman.
De estrela à geladeira da Globo
Conhecida por muito tempo como “a namoradinha do Brasil”, tamanho o seu sucesso, Regina estreou na Globo na novela Véu de Noiva, em 1969, depois de iniciar sua carreira em tramas da extinta TV Excelsior quatro anos antes. Em seguida, engatou trabalhos como Irmãos Coragem (1970), Selva de Pedra (1972) e Malu Mulher (1979).
Entre as décadas de 80 e 90, a atriz se destacou com uma sequência de personagens icônicas que marcaram a história das novelas, como a Viúva Porcina de Roque Santeiro (1985) e a Raquel de Vale Tudo (1988). Além disso, também se destacou com as protagonistas Maria do Carmo em Rainha da Sucata (1990) e a Helena de Por Amor (1997), todas na Globo.
Após uma trajetória de sucesso, Regina rompeu com a Globo em fevereiro de 2020, quando aceitou o convite para ser a secretária especial da Cultura do governo de Jair Bolsonaro. Para aceitar o cargo, ela deixou o emprego na emissora carioca.
No entanto, a artista permaneceu apenas três meses no cargo. O então presidente da República prometeu que ela seria transferida para o comando da Cinemateca Brasileira, mas não cumpriu.
Globo apagou a atriz
A passagem pelo governo Bolsonaro foi desastrosa para a imagem de Regina, que se envolveu em diversas polêmicas e ficou com a imagem “queimada” diante da classe artística por conta de suas decisões e declarações públicas.
Desde então, a atriz acabou na “geladeira” da Globo, que decidiu apagar um dos grandes nomes de sua história. Em 2020, ela já não apareceu em uma propaganda que anunciava a chegada de novelas antigas ao catálogo do Globoplay. Depois, ficou de fora do anúncio do retorno de Vale Tudo no streaming, mesmo sendo a protagonista da trama.
Em 2021, quando reprisou a novela Pega Pega (2017) no horário das sete durante a pandemia de Covid-19, a Globo retirou uma cena que contava com a participação da veterana. No mesmo ano, também ficou de fora de um especial sobre os 70 anos das novelas que a emissora produziu. Na ocasião, ela afirmou em publicação nas redes sociais que era “maior que a Rede Globo”.
Por fim, a Globo excluiu Regina Duarte do Tributo a Manoel Carlos, em maio deste ano. A decisão chamou a atenção, já que ela interpretou três Helenas de destaque em novelas como História de Amor (1995), Por Amor (1997) e Páginas da Vida (2007). O último trabalho da atriz na emissora foi na novela Tempo de Amar, em 2017.