
A Globo engavetou definitivamente na semana passada a nova novela de Gloria Perez. Inicialmente escalada para substituir Vale Tudo na faixa das 21h, a trama chegou a ser adiada para 2026, mas acabou cancelada. Antes da decisão, no entanto, a emissora tentou mudanças no enredo por causa de temas como aborto e política.
O cancelamento da trama veio à tona na semana passada, quando Gloria anunciou que estava de saída da Globo após 42 anos, depois de acertar a rescisão do contrato por obra que mantinha com a empresa nos últimos tempos.
“De 1983, quando comecei colaborando com Janete Clair até 2025 foram 42 anos. E esclareço para evitar mal entendidos: meu último contrato foi para fazer a novela que entraria depois de Vale Tudo”, contou a novelista em publicação nas redes sociais.
O que Gloria Perez diz sobre saída da Globo
No texto, Gloria revelou que a emissora já havia aprovado a obra, mas que voltou atrás por considerar “inadequada” a trama central com aborto. “Sinopse aprovada, capítulos iniciais escritos, a direção considerou que o assunto ‘aborto’ era inadequado para as novas diretrizes que se pretende dar às novelas”, relatou.
“Não questiono a decisão, é normal que uma empresa decida de acordo com sua conveniência. Mas uma vez que o contrato era por obra, considerei que o mais conveniente para mim era não aceitar renovação e fazer a resilição do contrato”, continuou ela.
Por fim, Gloria ressaltou que a saída foi em comum acordo e que pode retornar ao canal futuramente. “Tudo de comum acordo. As portas continuam abertas, as minhas e as da Globo também, mas nesse momento prefiro assim. Quero viver esse tempo no ‘deixa a vida me levar’…”, finalizou.
A história da novela das nove de Gloria Perez cancelada
Engavetada pela Globo, a nova trama de Gloria Perez seria ambientada no Rio Grande do Sul e traria como protagonista Cibele, uma promissora modelo. As informações foram divulgadas pelo roteirista Sebastião Maciel, amigo pessoal de Gloria.
No folhetim — com o título de Rosa dos Ventos –, Cibele desperta a paixão de um fã, Murilo. Os romance entre os dois, no entanto, não dá acerto, assim como a carreira dela nas passarelas, que não vinga. Anos depois, a vida deles está completamente diferente. Cibele é apenas uma balconista, enquanto Murilo se tornou um empresário de sucesso. Eles engatam novamente um romance e o amado a chama para ser a estrela de uma campanha de sua marca.
Neste momento, Cibele fica esperançosa e acaba engravidando dele. No entanto, Murilo é casado com Mabel, uma mulher que tem planos ambiciosos de se lançar na carreira política. Para conseguir se eleger, ela tenta se adequar aos costumes da região.
Porém, surge a inesperada gravidez de Cibele, que passa a colocar sua candidatura em risco. Mesmo pressionada, a mocinha se recusa a abortar. Murilo, então, arma contra a mulher que sempre disse amar e provoca um abordo forçado nela.
Tempos depois, Cibele arma um plano de vingança que tem como alvo o filho de Murilo. A intenção dela é fazê-lo pagar na mesma moeda todo o sofrimento que passou. Certo de que o herdeiro está em perigo, ele contrata uma segurança mulher para proteger o filho — mesmo a contragosto dele –, e daí nasce uma paixão.
Além disso, a trama contaria com núcleo cômico — ao contrário de informações que circularam inicialmente. A novela traz a história de uma mulher pobre que enriqueceu e foi morar em um condomínio de luxo, o que provoca um choque de culturas entre os moradores do local.
Globo ouviu o público sobre polêmica do aborto
Antes de todas essas decisões, no entanto, a Globo tinha uma pesquisa em mãos. Como o RDN revelou na semana passada, a emissora criou internamente uma espécie de “cartilha” para as novelas.
Tema central da novela de Gloria Perez, o aborto foi uma das questões abordadas na pesquisa Brasil no Espelho, que a Globo encomendou ao instituto Quaest no ano passado. O estudo realizado em 312 municípios de 26 estados e do Distrito Federal mostrou que a maioria das pessoas ouvidas têm um pensamento conservador.
“As questões morais caras ao conservadorismo são as que mais nos dividem. O moralismo nos divide: para 2 em cada 5 brasileiros a escola não é o lugar para debater sexualidade. Ainda mais divisivo, para praticamente metade da população, uma mulher que faz um aborto deve ser presa”, apontou a pesquisa.
O site apurou que a nova política da Globo é focar em histórias familiares e que não abordem temas espinhosos que possam causar polêmica. Existe o receio de que isso afete a audiência — que já está em baixa — e o faturamento das produções.
o problema nao é a trama, é a falta de diversidade, se fosse um trans-indio-roxo que migrou pro sul abortando de um empresário branque, seria lacrante… mas nao foi.. nao rolou.. muito normal, tema muito batido e cliche..
ta faltando um lacre ai Glorinha.. eu boto fe.