As novelas fazem parte da cultura popular brasileira. Tanto porque é uma representação do que somos, quanto também porque nos influencia diretamente. Com a novela das seis atualmente no ar, não tem sido diferente.
Veja também – Chegada de quatro novos personagens deve agitar Além da Ilusão; saiba quem é quem!
Além da Ilusão tem polemizado ao abusar das expressões pouco usuais. São algumas delas: fazer pilhéria, toupeira, supimpa, esfalfado e muitas outras que eram típicas dos anos 40. Em entrevista ao jornal Extra, a autora Alessandra Poggi disse ter descoberto essas gírias em um trabalho de pesquisa.
“[…] minha colaboradora, Letícia Mey, falou que tinha um dicionário de gírias da época. Eu não consegui ler tudo, mas muitas vezes vou nele para ver o que posso usar. Algumas expressões foram mudando com o tempo e outras sumiram completamente”, disse a novelista.
Veja também – Cenoura no reto: ex-galã da Globo desabafa sobre história vexatória que manchou sua carreira
Há casos em que expressões usadas por personagens nas novelas viralizaram ao ponto de que, até hoje, os brasileiros passaram a tê-las no vocabulário. Algumas destas expressões você talvez não tinha ideia de que surgiram nas novelas. Veja:
Maria fifi
Nos referimos a “fifi” toda pessoa que é fofoqueira e gosta de futricar sobre a vida de alguém, correto? Pois, saiba que essa expressão começou depois da novela Hipertensão (1986), com a personagem fofoqueira Fifi, vivida pela atriz e humorista Fafy Siqueira.
Não é brinquedo não
Talvez uma das maiores produtoras de bordões das novelas brasileiras, O Clone (2001) teve a Dona Jura trazendo o “advento” da expressão “Não é brinquedo não”. Foi a personagem de Solange Couto começar a usar essa fala e, até hoje, os brasileiros absorverem a expressão.
Veja também – Tragédia no meio das gravações impediu que ator continuasse a viver vilão em novela
Cada mergulho é um flash
Outra personagem emblemática de O Clone (2001), Odete (Mara Manzan) foi a responsável por popularizar a expressão “Cada mergulho é um flash”, ao tentar se referir às fotos feitas por pessoas que tem vontade de serem famosas e tiram fotos em momentos de “luxo”.
Nos trinques
Quando estamos arrumados e bem vestidos para um compromisso, nós dizemos estar “nos trinques”. A gíria é utilizada pelos brasileiros desde Tieta (1989), por conta do personagem Timóteo d’Alembert (Paulo Betti) que saía todo arrumado para ir ao encontro de seus romances e dizia que estava “nos trinques”.
Veja também – Pirou o cabeção! Veja cinco atores que quase enlouqueceram por conta das novelas
Êta lelê
Também por conta de Tieta, se popularizou outra expressão comum até hoje entre os brasileiros. Quando queremos expressar surpresa por algum acontecimento grandioso, falamos: “Êta lelê”. Quem começou a dizer isto foi a protagonista de Tieta, vivida por Betty Faria.
Oxente, my god
Quem nunca falou ou ouviu falar “Oxente, my god” jamais imaginava que isto começou também por uma novela. A expressão veio de Dona Altiva (Eva Wilma), personagem de A Indomada (1997) que tinha o costume de falar misturando português com inglês. Esta expressão é conhecida principalmente no Nordeste.
Veja também – Grande nome das novelas da Globo, ator perdeu a vida em incêndio no próprio apartamento
Eu sou chique, bem. Chique no úrtimo
A expressão “Eu sou chique, bem. Chique no úrtimo” usada por Márcia, personagem de Drica Moraes em Chocolate com Pimenta (2003), nunca saiu da boca do povo desde quando a novela foi ao ar. Também, foi absorvida por outras figuras emblemáticas da TV, como por exemplo a Filô do sitcom Ô Coitado! exibido pelo SBT.
Muita calma nessa hora
O homem forte e com espírito de líder em Duas Caras (2007), Juvenal Antena (Antonio Fagundes) sempre tinha uma solução para tudo. Quando era chamado, costumava dizer: “Epa, epa, epa! Muita calma nessa hora!”. Essa foi outra expressão que nunca saiu da boca dos brasileiros.
Não estou disposta
Dona de uma das piores audiências da história da Globo, recorde negativo que foi recentemente superado pelo fiasco de Um Lugar ao Sol, Babilônia apesar de tudo teve um bordão que hitou até hoje. Quando ouvimos alguém dizer “Não estou disposta”, foi a Beatriz (Glória Pires) que começou a falar.
Veja também – Conheça a história da atriz que morreu no meio de novela por excesso de trabalho
Uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa
Para encerrar esta lista, tem um outro caso de bordão que começou em uma novela que não fez muito sucesso, mas que o público absorveu facilmente. O personagem Manolo Gutiérrez (Tony Ramos) em As Filhas da Mãe (2001) costumava dizer “Uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa”.