Para que galãs como Tarcísio Meira, Tony Ramos, José Wilker, Mauro Mendonça, Paulo Goulart e outros inúmeros exemplos existissem, teve um ator que precisou de abrir o caminho para que todos eles existissem em meio ao fanatismo e forte apelo que os galãs costumam ter.
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Porém, este ator sofreu com duas situações bastante delicadas, as quais fizeram uma nação inteira ficar enlutada. Ele foi considerado o primeiro astro das novelas brasileiras, abrindo caminho para outros talentos se inspirarem nele.
Quando se pensava em novelas, o número 1 era Amilton Fernandes. Ele começou na televisão em 1956, quando a TV Itacolomi estava trazendo talentos do rádio. Da pequena emissora mineira, ele chamou atenção da pioneira TV Tupi e iniciou uma trajetória de sucesso crescente.
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Os relatos históricos apontam que sua primeira novela foi A Viuvinha, em 1958. Depois desse título, emendou papéis em diversas novelas até que, quando se achava que ele já era querido o suficiente, em 1964 estrelou O Direito de Nascer.
Numa época em que ainda estava se popularizando a transmissão em cadeia nacional através das microondas, o ator embarcou numa caravana para visitar as principais cidades brasileiras que eram atendidas pela rede de televisão da Tupi.
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Esta estratégia deu bastante resultado e o personagem Albertinho Limonta virou hit nacional. Há diversos casos de revistas da época, em que diziam que O Direito de Nascer era “o maior sucesso da TV brasileira”, conforme o caso que mostraremos a seguir:
E não era para menos: os relatos apontam que a audiência da novela era tão grande que as empresas de abastecimento de água na Grande São Paulo registravam uma queda no consumo das residências, durante a exibição dos capítulos.
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Depois, a recém-estreante TV Globo acabou pegando o talento da concorrência para o seu casting. Afinal, a emissora carioca dispunha de grande capital para investir no que quisesse, já que recebia dinheiro da ditadura militar.
Fernandes tornou-se um global mais precisamente em 1966, quando assinou contrato para integrar o elenco de O Sheik de Agadir. No ano seguinte, enquanto estava no ar em Sangue e Areia, o ator parou o Brasil após se envolver em um acidente de carro.
Apesar das chances de se recuperar, ele não conseguia porque era portador de uma doença autoimune. Depois de 70 dias internado e diversas cirurgias, por ser hemofílico, não conseguiu reagir aos tratamentos e faleceu em 08 de abril de 1968.
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O personagem de Amilton Fernandes simplesmente sumiu de Sangue e Areia, pois não houve oportunidade de que o intérprete do personagem Dom Ricardo voltasse para gravar um desfecho. O enterro do ator teve grande destaque em telejornais, que mostraram a multidão de mais de 3 mil mulheres arrasadas pelo fim trágico do maior galã do Brasil.