Uma novela sair do ar às pressas por si só já é uma situação turbulenta. Porém, há alguns casos que sequer houve a oportunidade de ter existido um final ou um fechamento da narrativa criada ao longo de vários capítulos.
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É por isto que, na lista a seguir, veremos os casos em que as emissoras de TV brasileira jogaram a responsabilidade aos telespectadores para o alto e simplesmente as novelas acabaram sem ter o tão esperado último capítulo. Confira:
Brida
Folhetim conhecido por estar em meio ao turbulento processo de deterioração da TV Manchete em decorrência da crise financeira, Brida foi o alvo de uma desesperada solução encontrada pelo departamento comercial da emissora em falência.
Foi assinada uma cláusula contratual com os patrocinadores da novela a qual os obrigava a pagar pelo patrocínio apenas se ela rendesse audiência. Assim, os produtores e diretores foram autorizados a investir todo o restante de dinheiro da emissora para tornar Brida um sucesso.
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Mas, não teve jeito e eles caíram na desgraça da novela ter sido rejeitada pelo público. Com os funcionários em greve, não houve condições do folhetim continuar no ar e, ao encerramento do 55° capítulo, a voz padrão da Manchete leu um discurso em off justificando o fim de Brida, enquanto eram exibidos flashbacks de capítulos anteriores.
Como Salvar o Meu Casamento
Essa novela com título sugestivo a “salvamento” conseguiu salvar tudo, menos a si própria. É que a trama da extinta TV Tupi também foi abalada pela falência da emissora. Protagonizada por Nicette Bruno e Adriano Reys, Como Salvar o Meu Casamento estava em sua reta final quando iniciou-se o caos na Tupi.
Sem novas gravações por conta da greve de funcionários, o último capítulo exibido foi o 140 e não chegou a ter uma voz oficial justificando o fim da história, como aconteceu no caso da Manchete. Simplesmente, a Tupi passou a reprisar a novela, que saiu do ar sem previsão de retorno. Dias depois, os equipamentos da emissora foram lacrados e a TV Tupi foi extinta.
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O Conde Zebra
Um dos raros casos de morte de protagonista, O Conde Zebra foi vítima do inesperado anúncio do agravamento do estado de saúde de sua estrela principal. Otelo Zeloni descobriu um tumor no cérebro enquanto protagonizava a novela e teve uma piora rápida. Em respeito a Zeloni, a TV Tupi decidiu interromper a exibição de O Conde Zebra em 28 de dezembro de 1973 sem um desfecho.
Cerca de 24 horas depois da interrupção do folhetim, Otelo Zeloni teve sua morte anunciada. Além de ter ficado um buraco na grade diária de programação por conta da retirada da novela do ar, Zeloni também deixou lacunas nas manhãs de domingo, onde era responsável por apresentar um programa de culinária.
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Somos Todos Irmãos
Aproveitando a familiaridade e afinidade do público com o título utilizado em uma novela de sucesso da TV Tupi, Benedito Ruy Barbosa resolveu criar uma nova novela na Record com o mesmo nome da trama feita por ele há alguns anos atrás.
No entanto, quando o povo ligava a TV ansioso achando se tratar de um remake do clássico da Tupi, se decepcionava ao encontrar uma novela completamente diferente. Assim, Somos Todos Irmãos foi um fiasco e a Record aproveitou a desculpa do “horário eleitoral obrigatório” para sumir com a novela e fazer de conta que ela nunca existiu.
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Anastácia, a Mulher Sem Destino
Neste caso, trata-se de uma novela que originalmente era uma e foi transformada em outra completamente diferente ainda durante a sua exibição. A primeira história foi criada pelo ator Emiliano Queiróz, em uma experiência malsucedida como autor.
Ele chamou atenção dos executivos globais por seu suposto potencial e também porque prometia uma grande história, com 100 personagens. No entanto, o público odiou o resultado de Anastácia, a Mulher Sem Destino e tudo teve que mudar às pressas, antes que houve um fracasso retumbante.
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Exceto o título, nada da novela original foi aproveitado e o capítulo 40 terminou com um terremoto em que matou praticamente todos os personagens, restando apenas quatro e os quais estes resultaram em uma nova novela. Janete Clair, na época recém-estreante como autora, foi a responsável por esta missão.