A simpatia e o vigor de Françoise Forton não foram nada perto dos muitos adjetivos pelos quais podemos atribuir à esta atriz. Para o setor artístico, a perda é considerada irreparável, pois coube a ela participar de diversos trabalhos conhecidos na dramaturgia.
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Com esta personalidade inegável, era dona de uma vida bastante discreta e sem um histórico de polêmicas. Apesar de sua notoriedade, soube tratar sua vida privada com a elegância e a destreza tal qual uma grande celebridade têm.
Forton esteve em muitas novelas de alta audiência. Uma delas, inclusive, está indo ao ar neste momento. Trata-se de O Clone (2002), reprisada no Vale a Pena Ver de Novo e a qual ela está participando como a Dra. Simone.
Mas muito antes disto, a atriz pôde desfrutar de participações em outras novelas famosas. A Última Valsa (1969), de Glória Magadan, contou com ela no elenco vivendo a Luna e abriu sua carreira. Em 1973, participou da inovação no humor brasileiro e esteve ao lado de Chico Anysio em Chico City.
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Para Estúpido Cupido (1976), encarnou a Maria Tereza Oliveira, ou Tetê. Fez em Bebê a Bordo (1988) talvez seu principal papel nos anos 80: a Glória Ladeira. Se os anos 80 são fechados com um sucesso, Forton teve que se fazer presente e a atuação em Tieta (1989) é mais um exemplo de sua importância.
A Caroline de Perigosas Peruas (1992), a Gilda de Sonho Meu (1993), a Clarisse de Quatro por Quatro (1994), a Eugênia Avelar de Explode Coração (1995), a Meg de Por Amor (1997) e a Wanda de Labirinto (1998) só endossaram uma década de grandes papéis na carreira que só aumentou.
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Podemos provar isto tanto por estar na trama sobre clonagem escrita por Glória Perez, mas também pela Miou-Miou de O Quinto dos Infernos (2002) e a exagerada madame de Kubanacan (2003), a Concheta.
Foi na novela de Carlos Lombardi que ela encerrou o ciclo quase que ininterrupto na Globo, para estrear em novelas do SBT. Em 2006, sai para a Record onde por lá permanece até seu retorno à emissora carioca em 2013 por conta do convite para ser a Gigi de Amor à Vida.
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Após os anos de fofocas envolvendo a relação supostamente conflituosa entre Françoise Forton e o autor Alcides Nogueira, estas questões são sanadas com a personagem Emília Macedo, de Tempo de Amor (2017). Foi a Madame Olympia/Emília que deram a este grande talento nacional a última oportunidade de vê-la nas novelas, em Amor Sem Igual (2019).
Infelizmente, a batalha contra um câncer a fez sair dos holofotes recentemente, experiência esta a qual ela já era familiarizada após enfrentar a mesma doença em 1989. A atriz perdeu essa luta em vida, mas deixou um legado impecável e pelo qual poucos artísticas puderam desfrutarem. Françoise deixa saudade à família e uma lacuna irreparável na dramaturgia nacional.