Se você acha que vida de ator é fácil, é porque ainda não sabe o que Dudu Azevedo enfrentou para gravar as cenas da crucificação de Jesus. Prevista para ir ao ar apenas no final da novela, a sequência já teve boa parte gravada no Marrocos. Em entrevista ao site Notícias da TV, Dudu revelou que teve que lidar com o calor e ainda carregar uma cruz de 70 quilos.
“A gente gravou quase tudo da via-crúcis. Tivemos algumas diárias muito duras de trabalho, dias difíceis. Com sensação térmica de 53 graus, com maquiagem pesada, cinco horas na caracterização, o nariz sangrava, com sangue para todo lado, e eu carregando uma cruz de 70 quilos”, revelou.
“É a situação mais adversa de trabalho que já enfrentei, sem dúvida. Mas essa novela é um símbolo pra mim, é uma recompensa tão grande para a minha trajetória até aqui, que não me sinto jamais em condição de lamentar ou reclamar. Eu olhava pro céu e agradecia por essa oportunidade, por sobreviver a esses dias: ‘Obrigado meu Deus'”, completou ele.
O ator, que emagreceu sete quilos para parecer mais vulnerável, se preocupa com o que sua mãe pode sentir ao assistir a sequência pesada.
“Ela tem 80 anos, hoje ela é o meu neném. Fico um pouco preocupado, não quero que minha mãe sofra. Dou liberdade, digo que ela assiste se quiser. Porque é muito doloroso, fico imaginando como é a loucura na cabeça dela, ver o filho ali, naquela situação. As cenas estão fortes, dramáticas. Eu tomei posse daquilo, o corpo assimila, tenho ressaca de vez em quando. É um trabalho pesado, de entrega”, afirmou.
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Autora da novela, Paula Richard contou que em nenhum momento pediu para Dudu crescer o cabelo e se aproximar da versão europeia de Jesus. Segundo ela, o foco do folhetim será mostrar o lado humano do personagem.
“O Jesus que vamos mostrar vai ser humanizado por meio do olhar dos outros personagens. O que foi viver no mesmo momento em que esse homem, o que foi conhecê-lo, ouvi-lo, é essa humanização. E também fazer uma coisa realista; quando Jesus começar realmente a dar o ensinamento, vamos evitar ao máximo colocá-lo em situações que não existiram na Bíblia”, contou.
O Jesus da Record também não terá falas tão difíceis como as presentes na Bíblia, livro sagrado de onde a história é tirada. “A gente tentou colocar as falas de Jesus mais coloquiais, trazer para algo natural. Porque a ideia é ele não ser misterioso, é que a gente entenda“, revelou a autora.
“As pessoas têm suas expectativas, mas quero sempre dar o melhor, e tem o talento de todo mundo. A audiência a gente entrega pra Jesus”, completou. “É um personagem que não permite muletas, truques. Que a emoção genuína de cada ator que está contando essa história ecoe nos corações das pessoas”, finalizou Dudu.