Detestada por boa parte dos tuiteiros barulhentos, Fina Estampa segue inabalável no pódio da Globo, em primeiro lugar isolado como produção mais vista do dia. Isso desde que voltou ao ar, ainda em março.
Parceiro do autor Aguinaldo Silva em O Sétimo Guardião, que foi ao ar entre 2018 e 2019, Tony Ramos tentou entender e explicar o sucesso de audiência da novela de Pereirão (Lilia Cabral).
“Há uma camaradagem com o espectador, que também vê o seu cotidiano ali. Por isso que ela dá 37 pontos, e Totalmente Demais também vai bem”, observou o ator, que em breve estará de volta à tela da Globo na reprise de Laços de Família.
Ele ainda disse na entrevista coletiva de lançamento de “Laços” que acha que a novela de Crô (Marcelo Serrado) “Cria uma cumplicidade com o brasileiro” por conta do dia a dia das famílias das personagens que se enfrentam sem trégua.
Saindo do tema Fina Estampa, mas permanecendo no compo da dramaturgia, o veterano seguiu seu discurso em defesa das obras. “Fiódor Dostoiévski [1821-1881] escreveu Os Irmãos Karamazov como um folhetim, em que as pessoas corriam para a banca para saber como ia acabar”.
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“O folhetim é a grande identificação universal, está presente nas séries americanas, nórdicas, japonesas. Faz as pessoas se perguntarem ‘e o que vem depois?’. E a nossa novela tem isso de sobra” elogiou ele.
Tony Ramos ainda citou um clássico: “Se você olhar uma série como Homeland [2011-2020], com seus quase 100 episódios, não há um que não se amarre no próximo com um bom gancho. A diferença é o formato, que não é diário. Quando você entra na casa das pessoas todos os dias, há uma sintonia muito curiosa, até estranha, que só a telenovela nos proporciona”, entrega ele.