Sabe aquela história de que todos têm que pagar pelos erros? Provavelmente, a Record virou uma especialista neste assunto. Novamente, a emissora atrasa a produção de uma novela e, por isto, terá de tapar buraco com reprises.
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Com o fim da inédita Gênesis, a substituta Reis ainda não estará pronta e, portanto, terá de se recorrer ao acervo. Será uma situação semelhante a diversas outras vezes em que foi optado por estes caminhos, porém com resultados nada animadores.
Além de tudo, irá desfazer todo o trabalho desempenhado por Gênesis no que se refere a audiência. Veja situações parecidas em que a Record optou por manter a desorganização e sofreu com as consequências:
Canoa do Bagre
Uma sequência de fatores levaram com que a Record, que iniciou sua história se consagrando na teledramaturgia em meados da década de 60 e 70, deixasse de lado as novelas. Estes fatores não vêm ao caso nesta matéria, porém o fato de ter sido a primeira novela pós este período fez com que Canoa do Bagre carregasse nas costas o pesado fardo de cativar um público pelo qual a Record desprezou por décadas.
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Em 1997, a novela estreou e, como era de se esperar, foi um fracasso e não conseguiu ter boa audiência. Muito pelo contrário, piorou os índices da época e chegou ao nimbo, com audiência zerada no capítulo exibido em 27 de dezembro de 1997.
Vidas Cruzadas
Substituta de Marcas da Paixão, nada foi suficiente para que Vidas Cruzadas pudesse ter bons índices de audiência ou, ao menos, segurasse os índices da antecessora. Exibida no final dos anos 2000 e início de 2001, a novela contava com um elenco de peso com nomes como Dalton Vigh, Alexandre Barillari, Laura Cardoso, Gianfrancesco Guarnieri, Ângela Leal e Juca de Oliveira.
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A estreia foi animadora e Vidas Cruzadas atingiu picos de 11 pontos. No entanto, este desempenho não se manteve e a trama fechou abaixo dos 6 pontos. Os críticos da época atribuem este evento ao fraco investimento na novela. Mesmo com cenas externas em Recife e todo este elenco, não tinha quem suportasse a sonolência da história. Tanto é que, sabendo disto, a Record nunca a reprisou até hoje.
Roda da Vida
A falta de investimento da Record em sua dramaturgia teria chegado a um nível crítico mais especificamente após Vidas Cruzadas. Por não obter o retorno esperado, passou a limitar os recursos das produções, as quais chegaram ao limite extremo. Em 2001, Roda da Vida foi ao ar de maneira precária.
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Uma matéria publicada pelo jornal Estado de S. Paulo na edição do dia 27 de agosto de 2001 esclarece todos estes pontos, atribuindo a falta de planejamento da emissora a qual acarretou em problemas para que Roda da Vida fosse produzida em diversos fatores, desde o elenco até os bastidores.
Enquanto Vidas Cruzadas contou até com Juca de Oliveira, Roda da Vida teve que se contentar com outros nomes menos requisitados na época, como Juan Alba e Rodrigo Veronese. Fora isto, a questão técnica teria sido crucial para que os bastidores de Roda da Vida fossem insuportáveis.
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Os equipamentos eram limitados, antiquados e todas as atenções foram voltadas para a reta final de Vidas Cruzadas. Tudo isto fez com que Roda da Vida não tivesse uma substituta, o que deixou a teledramaturgia da Record novamente desativada por um tempo.
Metamorphoses
Depois do vexame que passou com Roda da Vida, a Record resolveu ficar de molho por três anos. Voltou com Metamorphoses e, supostamente, ouvindo todos os conselhos que teria recebido, para investir melhor em sua dramaturgia.
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Para isto, investiu 30 milhões para colocar a novela no ar e, segundo informações do jornal O Globo na época, queria se consolidar na vice-liderança. Tudo estava dando a entender que seria um fracasso, mas como a esperança da Record era a última que morria, continuou-se acreditando que tudo daria certo.
Antecedendo a novela, foi exibido um título colombiano para servir como “sala de espera”. Além de tudo, a novela revolucionou e teve estreia em um domingo, algo considerado inédito. Mas como nem tudo que reluz é ouro, foi nessa lógica que Metamorphoses foi para o nimbo. Todo o anúncio feito em torno da novela não se comprovou quando ela foi ao ar.
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Laura Mattos, que escrevia para o jornal Folha de S. Paulo, criticou a novela: “Tudo tem jeito de completa piração da TV comandada pela Igreja Universal do Reino de Deus e seu bispo Edir Macedo, a Record [está] a fim de tentar atrair os holofotes e roubar um pedaço da audiência da Globo”. Por parte do público telespectador, o resultado veio na audiência: a Record chegou em seu momento mais crítico a perder para a RedeTV!, marcando 0.7 pontos.
Belaventura
Cotada para substituir Escrava Mãe, Belaventura foi mais um caso de novela que pagou um preço caro diante da bagunça nos bastidores da emissora dos bispos. Diante da quantidade de atrasos, ficou inviável a estreia da novela na data inicialmente prevista e, com isto, foi colocado no ar (mais uma) reprise de A Escrava Isaura.
A reprise segurou os índices por um bom tempo, mas quando Belaventura foi para o ar, todo o desempenho foi derrubado porque uma programação nova foi lançada e fracassou. Esta série de fatores, somado às reclamações de precariedade nos bastidores (com caso até de ator pegando sarna nos figurinos e atriz pedindo pra voltar para a Globo de joelhos) levou a novela ao fundo do poço.
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Para terminar de completar tudo isto, a Record ao invés de lançar outra novela inédita e manter a lógica que estava planejada, resolveu colocar mais uma reprise na sequência de Belaventura.