A Record já sabe qual será sua próxima reprise das novelas da tarde. Após Chamas da Vida, passa a ser exibida Amor e Intrigas (2007). A notícia vem em meio a reapresentação de Vitória (2014) ser mais uma vez cogitada.
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A novela de Cristianne Fridman foi avaliada pela direção da emissora dos bispos em diversas ocasiões, mas sempre eles voltam atrás devido dois fatores importantes: em primeiro lugar, a novela tem muitos temas espinhosos e, em segundo lugar, eles não estão em tempo de fazer grandes apostas.
Apesar do SBT estar fraquejando em suas estratégias recentes, há alguns tempos atrás, as reprises das novelas da Record surfavam nos tempos áureos da Hora da Venenosa. Em algumas capitais, chegava a liderar com folga e a Globo conseguiu recentemente acabar com a alegria dos bispos retomando a liderança da faixa.
Diante da situação imposta, Vitória seria inconveniente para os objetivos a serem atingidos e não teria a mesma força que Amor e Intrigas. Por outro lado, a novela de Gisele Joras fez parte dos tempos de ouro da teledramaturgia da Record e está de volta a partir de outubro.
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Em sua exibição original, alcançou ótimos índices de audiência e foi responsável por elevar os números recebidos de sua antecessora. Coincidentemente, a novela sucedeu Chamas da Vida na ocasião em que foi ao ar pela primeira vez.
Esta será a segunda reprise da novela. A primeira foi entre maio de 2016 e março de 2017, substituindo Prova de Amor. Foi a reapresentação mais bem sucedida de uma novela nas tardes da Record até hoje, fazendo com que eles reeditassem a trama e aumentassem a quantidade de capítulos com relação a exibição original.
Por que a Record corre riscos se reprisar Vitória?
Escrita por Cristianne Fridman e exibida em 2014, Vitória aborda temas bastante controversos e nebulosos. São os casos do discurso de ódio e da apologia ao nazismo. Este tema teve visibilidade nos capítulos da trama e há quem entenda que o momento não é nada apropriado para isto.
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Recentemente, um influenciador digital foi massacrado nas redes sociais por apoiar publicamente o nazismo. A atitude do influenciador revelou o repúdio, mas ao mesmo tempo suscitou o debate sobre os limites da liberdade de expressão, uma vez que surgiram vários apoiadores ao discurso polêmico. Vale lembrar que, no Brasil, isto é crime e remete ao lamentável episódio histórico de perseguição alemã aos judeus.
Caso a Record tivesse optado por seguir com a ideia de reprisar Vitória, certamente poderia haver uma interpretação difusa. Quem pegasse a novela pela metade poderia achar que estava assistindo a Record apoiando o nazismo, apesar de ser uma obra de ficção.
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A escolha infeliz recebeu críticas pelo próprio elenco, que usou as redes sociais para esclarecer que não apoiava o que a novela estava representando e que houve desconforto durante a atuação.