Os mais antigos já diziam: quando algo tem que dar errado, não adianta insistir. Vai dar errado de todo jeito. Foi nesse sentido que uma novela da Globo começou a dar grandes demonstrações de que não estava funcionando antes mesmo da estreia.
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Quando a novela foi para o ar, o resultado decepcionou. Sucedendo o fenômeno de Cobras & Lagartos, essa novela é conhecida por ter levado ao estrelato um nome bastante conhecido por nós hoje em dia.
Rodrigo Lombardi começou nesta novela, no núcleo dos sarados e descamisados. Afinal, por se tratar de uma criação de Carlos Lombardi, não tinha como ser diferente. O autor tinha um histórico forte de títulos popularescos e que tradicionalmente ocupavam a faixa das sete.
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Porém, Lombardi começou um atrito ferrenho com Ricardo Waddington. O criador da Pé na Jaca e o diretor não se deram bem e a parceria não fluiu. Uma notícia publicada pelo jornal Folha de S. Paulo em 29 de julho de 2007 trazia o mal-estar existente nos bastidores.
Para começar, Waddington colocou Paulo Silvestrini para conduzir parte dos trabalhos mesmo sabendo que o autor não se dava bem com ele. Se sentindo incomodado, Carlos Lombardi procurou o alto-escalão global e determinou a saída de Silvestrini, sob justificativa de que o profissional não tinha o perfil esperado para a novela.
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Mario Lucio Vaz (1933-2019), então diretor-geral da TV Globo, atendeu ao pedido do autor e Waddington teria passado a provocá-lo. Como uma espécie de vingança, passou a promover alterações nos textos e isto abalou Lombardi.
A mesma fonte do Folha de S. Paulo afirmou que o novelista foi parar no hospital diante da afronta do diretor, o qual transformou Pé na Jaca em um fracasso. Houve uma queda considerável na média geral da faixa e os índices foram caindo capítulo após capítulo.
Recebendo do folhetim de João Emanuel Carneiro com mais de 40 pontos, a novela de Carlos Lombardi entregou o horário com pouco menos de 30. Na época, Ricardo Waddington comentou o assunto: “Acho absolutamente natural e normal que exista boa química entre autores e diretores. Mas há químicas que desandam no meio do processo. Faz parte das relações humanas”.
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Já Carlos Lombardi, que teria batizado o ex-colega de trabalho de O Diabo Veste Diesel (fazendo referência ao combustível tóxico, o “diesel”), limitou-se a dizer: “‘Pé na Jaca’ foi uma novela em que me diverti muito escrevendo para um elenco de protagonistas muito bons. Há coisas na novela que não gostei, com certeza, mas isso é passado”.