Se hoje a Globo peita o conservadorismo e aborda temas como a homossexualidade de forma cada vez mais aberta em suas novelas, anos atrás, isso era um grande tabu na emissora, e já causou muita polêmica, não só de quem era contra a retratação dos temas, como também de quem era a favor. E um caso emblemático aconteceu em A Favorita (2008), que está novamente em exibição no canal.
Acontece que durante boa parte da trama escrita por João Emanuel Carneiro, Orlandinho, personagem vivido por Iran Malfitano, demonstrava ser gay, chegando a ter uma paixão platônica por Halley, interpretado por Cauã Reymond.
Porém, para agradar a avó milionária, o playboy decide ter um casamento de fachada com Maria do Céu, vivida por Deborah Secco. Acontece que na reta final da trama, o personagem acaba sofrendo uma mudança radical em relação a sua sexualidade.
Orlandinho e Maria do Céu chegam a ficar separados por um tempo, mas o rapaz percebe que se apaixonou de verdade pela retirante, e decide reatar com ela.
Orlandinho tem final polêmico
No final, o playboy propõe formar um casal de verdade com a moça, e até assumir o filho que ela acabou de ter com Halley, que termina a trama junto com Lara (Mariana Ximenes).
Apesar de enquetes na época apontarem que a grande maioria do público desejava que Orlandinho realmente ficasse com Maria do Céu, o desfechou causou bastante polêmica, com muita gente também apontando que o autor promoveu uma “cura gay” ao personagem.
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Iran Malfitano, no entanto, saiu em defesa desse desfecho. “Orlandinho encontrou na Céu um porto seguro e o desejo foi consequência. O que ele sente pelo Halley é platônico e o público já percebeu isso”, disse.
“Na verdade, Orlandinho nunca teve uma experiência gay. Ele nem sabe, de fato, se esse é o caminho para sua felicidade. Buscou na homossexualidade o que nunca achou numa relação hétero. Só que, sem querer, encontrou em Céu tudo o que ele queria: companheirismo, respeito, carinho…”, concluiu ele.