Como um profeta do apocalipse, Robério deixará Serro Azul em breve, após perceber que o circo pode pegar fogo e sobrar para ele. Pior: ele sai indicando que sua ex-esposa, Judith, faça o mesmo.
Misterioso, ele não dá mais detalhes e troca farpas com ela na rua. “E essa mochila? Vai viajar?”, perguntará Judith. “Por tempo indeterminado”, responderá Robério. “Fiquei sabendo que as coisas lá no sobrado esquentaram…”. “Não é só lá: aqui também vai pegar fogo já-já!”. “Credo, Robério! Parece que tá jogando praga”. “Tou só avisando. Fui teu marido, melhor te dar um toque, né?”.
“Se é assim, obrigada… E boa sorte”, fala a amiga de Gabriel. “Tantos anos juntos e a gente se despede assim?”. “Já nos despedimos quando separamos, Robério”. “Desperdiçou sua vida e a nossa protegendo a droga desse casarão! Um entra e sai de gente, primeiro Egídio, agora Gabriel”, fala o homem, mal-humorado. “Não é bom discutir na hora da despedida”, critica sua ex.
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“Mas esse cuidado todo aí com a droga da fonte não vai adiantar de nada. Sabe por quê? Aquela gente lá do sobrado é peixe graúdo!”, diz ele. “Que eu saiba o tal do Olavo tá indo embora”. “Eu que não acredito nisso! Eles podem dizer o que quiserem, mas gente assim só para quando consegue o que quer. Nem que pra isso tenha que reduzir essa cidade a pó”, fala o rabugento.
“Uma pena pensar assim, Robério. Tá na cara que ficou de recalque só porque foi dispensado. Não deu certo aqui, não deu certo lá… Tenta pensar se o erro não está em você”. “Mesmo depois da gente separado, tu vem apontar defeito meu!”. “Falando nisso, e nosso divórcio? Como fica?”, pergunta a moça.
“Pode entrar com a papelada, que vou dar no pé pra bem longe daqui. E te digo… Tu devia fazer o mesmo! Dessa cidade só vai ficar o vento pra varrer as ruas desertas!”, avisará Robério. “Você vai pra onde, sem dinheiro nem nada?”. “Pelo menos, tô saindo vivo!”, concluirá o jardineiro, misterioso.
Com informações do Observatório da Televisão.
