Se tem uma coisa que a Globo esteve foi arrependida quando exibiu uma cena que causou uma repercussão que não estava sendo esperada. O ano era 2018 e estava no ar, na faixa das nove, Segundo Sol. No capítulo de 10 de setembro deste ano, a personagem Laureta (Adriana Esteves) fazia um despacho.
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Ela pedia aos orixás e entidades formas de continuar fazendo as suas maldades. Durante a cena do despacho, Laureta é abordada por Galdino (Narcival Rubens), que interage com a cafetina: “Fazendo uma fezinha, Laureta”.
“Coisas estão acontecendo! Os planetas estão se realinhando! E eu quero que todos os astros, espíritos, orixás, exus… Todo o Além reunido, eu preciso que todo ele me ajude agora!”, diz ela para o ex-torturador.
Porém, houve diversas críticas dos mais variados segmentos da sociedade. De um lado, estavam alguns dos evangélicos que continuaram praticando a intolerância religiosa. De outro, o fato de que segmentos de religiões afrodescendentes repudiavam a forma pela qual eram retratados na história.
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Neste último caso, a intenção de João Emanuel Carneiro era criar uma afinidade e dar visibilidade ao tema pouco discutido, porém o fez de maneira infeliz. Em matéria publicada pelo Notícias da TV na época, a maior parte das reclamações dos religiosos eram porque a umbanda mais uma vez estava sendo estereotipada à maldade.
“Já existe um preconceito, uma intolerância contra quem faz parte da religião, do candomblé, quem vai ao terreiro. O que prevalece é a ignorância. As pessoas com quem conversei se sentiram agredidas, estão muito indignadas”, reagiu Alexandre Cumino, umbandista e defensor da causa das religiões afrodescendentes.
A Globo, que já estava sendo bombardeada pela falta de representatividade negra em Segundo Sol, teve que vir a público dar explicações sobre mais uma controvérsia associada a novela. Desprezou o burburinho que os intolerantes evangélicos tentaram causar e, durante nota, deu enfoque nas insatisfações do público em que a trama procurou retratar.
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“Laureta pede proteção aos astros, espíritos, orixás… A todo o Além, sem se referir a nenhuma religião especificamente. Além de ressaltar, como registramos ao final de cada capítulo, que novelas são obras de ficção, vale ainda destacar que Laureta é uma vilã, dona, portanto, de várias atitudes reprováveis que só fazem sentido no contexto da dramaturgia”, se explicou a emissora carioca.