Não é um consenso, mas tem quem acredite que os novelões de verdade ficaram no passado. Tanto é que as gerações mais recentes têm se dividido entre as novas telinhas, diante da ascensão cada vez mais acelerada das redes sociais.
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Isto faz com que a audiência da TV tenha sofrido uma drástica perda, acentuada principalmente depois da pandemia. Mas, é necessário destacar que as queixas vieram de muito antes: há tempos, estão existindo reclamações sobre as histórias da novelas.
A mesmice vem predominando muitos enredos de tramas e isto tem contribuído para a fuga de público. Algumas vezes, percebe-se que são reclamações equivocadas. Mas nos casos que citaremos a seguir, todos concordaram que as novelas não empolgavam.
Imediatamente, o público caía no marasmo. Vamos relembrar estes exemplos a seguir:
Esperança
Exibida originalmente em 2002, Esperança era considerada uma novela “xodó”. Isto porque, Benedito Ruy Barbosa tinha especial apego à novela devido as constantes referências com Terra Nostra. Portanto, mesmo que indiretamente, a novela passou a ser considerada uma segunda temporada de Esperança.
Porém, mesmo tendo recebido altos índices de audiência de O Clone, a novela não empolgava. O público mudava de canal constantemente e isto resultou em uma média geral de 38 pontos, uma queda drástica com relação à novela de Gloria Perez, que teve 47 pontos.
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O Sétimo Guardião
Antes de estrear, o que impressionou foi o elenco de O Sétimo Guardião (2019). A novela contava com nomes de peso e esperava-se que fosse um folhetim de encher os olhos. Mas, quando estreou, o resultado acabou não sendo o esperado.
O título sofreu com críticas negativas e até mesmo os bastidores chegavam a render muito mais. No final do fiasco, o autor Aguinaldo Silva se eximiu da culpa durante uma resposta afiada a um seguidor numa rede social: “[…] a novela O Sétimo Guardião que você viu não era a que eu escrevi. Era a que o diretor reescreveu”.
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Babilônia
Se tem um exemplo de novela das nove que deu sono, esse exemplo certamente é Babilônia (2015). Prometendo fortes emoções, a novela encerrou com cara de novela de baixo orçamento. Houveram fortes críticas com relação ao roteiro, considerado pelos especialistas como “fraco”.
Camila Pitanga, que interpretava a mocinha da novela, não agradou ao público. Ao mesmo tempo, Glória Pires também não empolgou no papel de vilã. Como se não bastasse, houve um beijo lésbico que contribuiu com a rejeição à novela.
A novela das sete, I Love Paraisópolis, chamava muito mais atenção do que Babilônia e tinha uma audiência notadamente superior. Escrita por Gilberto Braga, Babilônia só não perdeu para a Record porque o enfrentamento direto era evitado pela Globo.
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Mas, mesmo nos poucos minutos em que havia o confronto, em algumas praças a emissora dos bispos fazia a festa com a audiência de Os Dez Mandamentos. Depois do ocorrido, Braga nunca mais foi chamado pela Globo para fazer outra novela. O veto também atingiu João Ximenes Braga, que se dividia com o autor na criação.
Em Família
Bastante criticado por Viver a Vida (2009), Manoel Carlos decide encerrar sua jornada com Em Família (2014). Mesmo sabendo dos riscos, a Globo apostou mais uma vez no autor, que decepcionou novamente. Maior parte das críticas apontavam a novela como lenta.
Porém, confiando em Maneco, a Globo manteve a novela sem mudanças nos primeiros capítulos. A questão é que a audiência foi caindo, até que a terceira fase foi acelerada por meio de intervenção do diretor Leonardo Nogueira. Resultado: no final, Em Família teve média de 30 pontos e foi considerada uma das piores audiências daquela época.
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A Lei do Amor
Uma abertura impecável, elenco que claramente se entrosava bem. A Lei do Amor (2016) era uma novela de Maria Adelaide Amaral e Vincent Villari que teve a difícil missão de reverter o fracasso de Velho Chico, novela a qual injustamente sofreu com uma péssima audiência.
Porém, ao fazer o dever de casa, A Lei do Amor não estava cumprindo corretamente às tarefas. A troca de fases foi considerada por muitos um erro, já que confundia o público. Também, todos concordavam que havia um número elevado de personagens, presentes na trama de maneira desnecessária.
Quando eles foram tomar conta do problema, era tarde demais: depois de Babilônia, A Lei do Amor foi a segunda pior audiência da época. Infelizmente, a novela tinha de tudo para dar certo, mas não funcionou bem e caiu em erros cruciais.