Os clássicos da literatura infantil contam com alguns personagens emblemáticos. Entre eles, certamente está o Pinóquio. São clássicos principalmente devido a sua atemporalidade. Ou seja: independente das gerações, estas figuras seguem marcantes.
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Deve ter sido neste sentido que o SBT colocou Pinóquio em Poliana Moça. Porém, faltou um pouco de pesquisa para saber qual a real história por trás dele, que não tem nada de saudável para crianças.
Vale lembrar que o Pinóquio conhecido pelos filmes da Disney tentou maquiar a obra original de Carlo Collodi. Todo o contexto do personagem não se resume às brincadeiras e travessuras bobinhas de um boneco de madeira.
As histórias em torno dele são envolvidas de traições, doses consideráveis de violência e coisas bem adultas. Pinóquio nasceu de Collodi em 1883, que tinha uma coluna num jornal italiano onde publicava tirinhas com teor crítico.
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Originalmente, o boneco surgiu de um pedaço de madeira falante em que Gepeto ganhou e decidiu esculpir. No sonho de ter um filho, ele esculpe o pedaço em formato de um menino. No entanto, ao ganhar vida, o rapaz se rebela e chega a chutar o nariz de seu próprio pai.
Tentando aconselhá-lo a mudar seus rumos, Gepeto é frustrado por um comportamento agressivo de Pinóquio, que tenta enganar o pai para conseguir fugir de casa. O Grilo Falante, que na versão da Disney é um grande amigo do boneco, briga constantemente com Pinóquio o aconselhando a mudar suas atitudes.
No entanto, o pior acontece quando Pinóquio assassina o Grilo com um martelo, em meio a uma grande discussão. Além de tudo, para poder bancar suas aventuras, o personagem que também está presente em Poliana Moça originalmente chega a tentar vender seu material escolar, comprado pelo pai com muito suor e trabalho.
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Se você achou pouco, o desfecho é ainda pior: à caminho de uma de suas andanças, Pinóquio simplesmente é abordado por assaltantes, que são representados na pele de uma raposa e de um gato. Sem ter o que entregar, eles o deixam rendido.
A paciência dos criminosos se esgota e a história mostra que Pinóquio é enforcado. Ele fica agonizando até a morte, enquanto Gepeto tenta salvá-lo. Porém, não consegue chegar até o seu filho, pois é devorado por um tubarão.
Esse final chocante recebeu diversas reclamações na época. Diante da rejeição, Carlos Collodi “ressuscitou” Pinóquio com uma tirinha em que ele recebe instruções de uma personagem chamada Fada Azul, onde o aconselha a parar as maldades e mentiras.
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A moral da história sempre foi falar sobre pessoas boas que erram, a partir da imagem de um garoto que parece ser inocente, mas que não tem nada de perfeito. Porém, diante do que observamos, se teve uma coisa que o SBT fez foi passar bem longe da verdadeira e real história sobre o personagem clássico dos desenhos.