A noite deste domingo, 06 de novembro, ficou marcada por duas situações marcantes. Em primeiro lugar, Guilherme de Pádua sofreu um infarto fulminante e morreu aos 53 anos. Em segundo, o falecimento não ocorreu em uma data qualquer.
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Foi exatamente neste dia que Gloria Perez simbolizava como sua “ressurreição”. A autora global foi fortemente impactada pela tragédia envolvendo a filha Daniela Perez, ocorrida três anos antes.
Em De Corpo e Alma (1992), Gloria precisou ser forte para passar por várias situações delicadas ao mesmo tempo: a filha, que protagonizava a novela, foi assassinada pelo colega de elenco, Guilherme de Pádua, e a esposa dele, Paula Peixoto (conhecida por Paula Thomaz).
Então, além de precisar lidar com um problema pessoal, a autora era forçada a estar diante de um impasse criado em sua vida profissional, uma vez que a situação aconteceu enquanto a trama ainda estava no ar.
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Depois de muitas dores causadas pela resistência de Pádua e sua cúmplice, Paula, a apelação midiática causada em torno da brutalidade do que aconteceu com Daniela, além de uma sequência de várias outras situações em conjunto, Perez se viu desgastada.
A Globo soube respeitá-la e iniciou conversas tímidas, para saber qual seria o tempo correto para a autora retomar a escrita de suas novelas. Foi então que ela decidiu voltar ao ar em Explode Coração, que estreou sucedendo um grande sucesso da faixa das nove, A Próxima Vítima.
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Mas, ela só retornou sob uma condição: a Globo obrigatoriamente deveria garantir que a novela não se estendesse, prática comum em casos de sucessos. O motivo foi muito singelo e tinha total relação com o evento que tirou precocemente a vida da atriz Daniela Perez.
Por conta desta manobra, O Rei do Gado teve um grande atraso na produção. Sem substituta pronta para ser colocada no ar, a emissora carioca colocou uma série para tapar o buraco na grade de programação.
A mãe da profissional queria ser liberada a tempo de se preparar para o julgamento dos acusados pelo assassinato. A preparação de Perez para retomar sua vida como escritora, assim como faz em todas as suas novelas, foi longa e árdua.
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A autora foi pessoalmente entender como funcionam os núcleos familiares de ciganos e retratou a cultura cigana ao longo da trama. Foi também uma das primeiras novelas em que se discutiu a existência da internet que, naquela época, era desconhecida por praticamente todos.
Após longas fases de gravações, finalmente este trabalho considerado como um renascimento para Perez aconteceu em uma data que ficou marcada para a história: 06 de novembro de 1995. Exatamente nesta mesma data, 27 anos depois, acontece uma coincidência curiosa: morre Guilherme de Pádua, um dos assassinos de Daniela Perez.