A Globo já sabe que a Netflix fará novelas brasileiras, e por isso mesmo tratou de fortificar o Globoplay, seu serviço de streaming, que tenta concorre com a gigante mundial de filmes e séries.
Para tal, o canal carioca disponibilizou 81 novelas para o Globoplay, mas nenhuma delas do autor Carlos Lombardi, que ficou na emissora doa anos 80 aos 2000, quando saiu e desembarcou na Record.
Na Globo, Lombardi escreveu obras como Uga-Uga, Bebê a Bordo, Vereda Tropical, O Quinto dos Infernos, Perigosas Peruas, Kubanakan, Pé na Jaca e Quatro por Quatro.
Segundo a jornalista Cristina Padiglione, as novas novelas do Viva não estão no catálogo, incluindo O Clone e Mulheres Apaixonadas, que devem ser exibidas no ano que vem no canal pago.
LOMBARDI BOICOTADO?
Neste ano, Lombardi tentou voltar ao canal carioca, quando apresentou o projeto de uma série sobre um jogador de futebol em decadência que tenta voltar ao estrelato apesar da idade avançada e das polêmicas em torno da sua vida.
A ideia da série, segundo Lombardi disse ao Uol em sigilo, há alguns meses, havia sido bem recebida por Gloria Perez, que supervisionava a área de séries da emissora, mas acabou sendo rejeitada por Silvio de Abreu.
Sendo assim, a Globo devolveu o projeto ao autor, que o apresentou a outras empresas. Uma delas, estrangeira, segundo Lombardi, está avaliando a viabilidade de realizá-lo.
Mas eis que o jornal O Globo informou, nesta sexta, 04, que o canal da família Marinho fará uma novela, talvez em 2020, em que “o protagonista será um jogador de futebol de 36 anos que está tentando voltar a jogar bola”.
“Você lembra da história que te contei? Não preciso dizer mais nada”, afirmou Lombardi, ao ser procurado pelo blog de Maurício Stycer, do Uol, nesta sexta-feira. “É uma coincidência enorme”.
A REJEIÇÃO:
O autor até chegou a escrever um piloto, apresentado a Gloria Perez no final de maio do ano passado. O diretor de Teledramaturgia (Silvio de Abreu) pediu algumas modificações na trama, que foram realizadas. No final de julho, o Lombardi foi informado que a série foi rejeitada numa reunião de Silvio de Abreu com Carlos Henrique Schroder, diretor-geral da Globo.
“A razão do veto, segundo me foi informado pela Glória, é que Silvio defendeu junto ao Schroder que futebol é um assunto que não interessa às mulheres e, por isso, não serve à casa”, disse Lombardi. “Pelo visto, as mulheres mudaram muito”, ironiza Carlos.