Tem alguns mistérios que nunca são explicados e um deles é o fato de que uma novela bombou em audiência, bateu recordes e teve grande repercussão, mas nunca foi reprisada. Geralmente, sucessos como estes são reapresentados.
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Porém, não foi o caso desta trama das sete, exibida mais especificamente entre dezembro de 1990 e julho de 1991. Demorou para dar certo, mas quando caiu no gosto do público, atingiu índices expressivos e esteve entre as maiores audiências daquele período. Como protagonista, contou com a brilhante atuação da Marília Pêra.
Estamos falando de Lua Cheia de Amor, uma das maiores parcerias da história da TV brasileira. A novela foi fruto de co-produção com duas gigantes produtoras de conteúdo estrangeiro, a Televisión Española (RTVE) e Televisão Suíça de Lugano (RTSI).
Na época, a escolha de Pêra para o protagonismo foi bastante criticada, uma vez que a atriz demonstrou publicamente apoio ao presidente Fernando Collor. Ainda com a imagem manchada, para não desagradar os parceiros, a Globo topou ela no papel principal.
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Restou a Ana Maria Moretzsohn, Ricardo Linhares e Maria Carmem Barbosa o trabalho de adaptar uma famosa peça teatral homônima de autoria do dramaturgo Pedro Bloch para que o folhetim fosse criado.
Acrescenta-se a essa colcha de retalhos em que originou a novela, um dos núcleos de Dona Xepa, de Gilberto Braga. Isto porque, parte da história de Lua Cheia de Amor se inicia em um gancho deixado pela trama de Braga.
Porém, o impasse para que a novela das sete não possa ser reapresentada está justamente na peça teatral de Bloch. Se fosse da parte de Gilberto Braga, não haveria qualquer impedimento, uma vez que o recém-falecido autor mantinha boa relação com a Globo.
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Em 2012, o jornal Folha de S. Paulo revelou o motivo que fazia Lua Cheia de Amor, mesmo tendo atingido bons índices, nunca poder ser reprisada. A Record teria comprado os direitos da obra teatral de Pedro Bloch.
Isto foi na época de grande empolgação por parte da emissora dos bispos, que tinha interesse em fazer tramas contemporâneas. Atualmente, passa bem longe do interesse deles de colocar esses projetos em prática.
Entretanto, pela Record ter adquirido esses direitos da peça diretamente com os herdeiros de Bloch, as fitas de Lua Cheia de Amor devem continuar bem guardadas nos arquivos da Globo.
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Em entrevista para o blog Eu Prefiro Melão em 2012, Ricardo Linhares lamentou o imbróglio e confirmou as informações sobre a proibição: “Infelizmente, a minha novela não pode ser reprisada, apesar dos inúmeros pedidos dos espectadores, por uma questão jurídica envolvendo os direitos dos herdeiros de Pedro Bloch”.
Rodolfo Bottino, “arrancou” muitos suspiros e é aquele exemplo do que a midia define como galã mas logo afasta dos “holofotes”!