Em Éramos Seis, Lola (Gloria Pires) e Julio (Antonio Calloni) vêm brigando por causa da casa em que ambos moram com os quatro filhos. Ele quer vender a propriedade para pagar dívidas. Ela, nem cogita essa possibilidade.
“É a melhor saída, Lola. Vamos vender. Colocamos uma placa na porta e os compradores aparecem aos montes”, argumenta Júlio. “Não, Júlio. Casa é casa, é pra sempre”, rebate ela.
Mas ele está determinado. “Não tenho de onde tirar mais um tostão, e ainda estou pagando essa bodega com um sacrifício dos infernos, vale a pena?”, pergunta o patriarca da família Lemos a sua esposa.
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Lola discorda e deixa bem claro o que pensa: “Vale! Não fala assim, vale a pena. Júlio, pensa. E se não der certo esta sociedade? Não teremos nem o dinheiro nem o nosso teto”, fala Lola, sobre a sociedade que Julio quer fazer para abrir uma loja de tecidos.
Julio chama a esposa de pessimista e diz que ela é como uma âncora que o impede de navegar. Ela se ofende e rebate: “Ora, Júlio. Nestes anos todos não faço outra coisa a não ser te dar força, economizo cada centavo. E trabalho, machuco as mãos no tricô, sem reclamar. Mas esta casa é importante pra nós, significa a nossa segurança”.
JULIO NA BAD:
Julio conta que se sente um fracassado em fundo de poço, e Lola comenta: “Não, Júlio, o que está dizendo? Não está raciocinando bem. Que fracasso… Tem pouco tempo que viemos pra cá. Quando mudamos, esta avenida não era quase nada, não tinha ruas com calçamento. Olha em volta como está agora”.
E segue: “O progresso chegou rápido, ficamos de boca aberta. Quantas vezes me disse: ‘Que ótimo negócio fizemos, Lola’! A casa vale agora quase o dobro, não é bom isso? Um sucesso, um ótimo negócio”, diz Lola.
Com ideia fixa, Julio mostra que não pretende voltar atrás: “Mas eu sempre quis ter uma chance de progredir, de me olhar no espelho e não ser apenas um vendedorzinho de pano, um caixeirinho chinfrim, e quando a chance aparece, o que você faz? Quer que jogue fora”.
Lola bate o pé e deixa claro o que acha disso tudo: “Não quero que jogue fora, vai vencer, vai arrumar o dinheiro, mas não à custa de vender nosso sonho. Passamos momentos mais difíceis, quando Carlos nasceu e a loja do seu Assad estava só no começo”.
E segue: “Conseguimos ir adiante, prosperamos, e você sempre disse: ‘confia em mim, Lola’. E eu confio. Depois quando financiamos a casa, eu confiei mais ainda. Acreditei, Júlio, acredito. Não pode jogar fora um sonho. Não vou deixar”.
Julio dá uma certa razão a Lola e pergunta o que ele deve fazer: “Tenha confiança, é o que nos resta. Confiança e tudo vai dar certo. Estaremos sempre unidos. Depois você arruma o dinheiro, você vai ver”, fala Lola.