Longe das telinhas desde 2015 após o fiasco de Babilônia, Gilberto Braga não teve apenas esta novela como motivo de desgosto. O autor de 75 anos nos deixou na noite desta terça-feira, 26 de outubro, e tem uma longa história.
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Era dono de um talento inegável e, em seu legado, teve muitos altos e baixos assim como qualquer grande artista. Mas, o ano de 1995 ficou marcado da mesma maneira que 2015. Apesar da coincidência de acontecer exatamente 20 anos após este grande desgosto, os motivos em que estas novelas se tornaram problemáticas foram diferentes.
No caso da década de 90, Gilberto até mesmo teve que vir a público se justificar. Tudo aconteceu em Pátria Minha, escrita pelo autor e roteirizada por um time de escritores de peso: Alcides Nogueira, Leonor Bassères, Sérgio Marques e Ângela Carneiro.
Além da dificuldade de emplacar com o público, a novela foi bastante problemática nos bastidores e teve até barraco. Tudo aconteceu porque o casal protagonista era vivido por um casal da vida real.
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Vera Fischer e Felipe Camargo viviam em pé de guerra, com direito a parar as gravações para que eles se resolvessem. Sem sucesso, a situação foi piorando até que os executivos globais foram informados de uma situação que teria sido a gota d’agua e fez esta ala se arrepender amargamente de ter colocado esta novela no ar.
Certo dia, Fischer chegou para participar de uma gravação com o antebraço esquerdo quebrado. Ela foi afastada e, imediatamente, procurou-se encontrar uma solução, pois ela era a protagonista.
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Depois da situação tensa, esperava-se que tudo iria mudar e que o casal de atores tomaria jeito. Sem sucesso e com os chefões da Globo devidamente informados, Gilberto Braga resolveu o problema matando os personagens vividos por eles.
Na cena, Lídia (Vera Fischer) e Inácio (Felipe Camargo) vão até um hotel e o pior acontece. Um incêndio ocorre com os dois presos às acomodações e, assim, a Globo solucionou a dor de cabeça.
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Em entrevista ao jornal O Globo da época, Braga admitiu o problema com o casal nos bastidores. “Lamento muito tudo isso estar acontecendo. Artisticamente, o resultado da dupla era bom. Eu gostaria de ficar com os dois até o fim de Pátria Minha. Mas foi uma decisão da alta direção da Rede Globo por problemas de produção escapam da minha alçada. Vai ficar mais difícil sem eles, principalmente porque a Lídia era uma personagem muito forte”, explicou o autor.