Diretora de novelas como Cordel Encantado, Avenida Brasil, A Regra do Jogo e A Dona do Pedaço, Amora Mautner é uma celebridade entre as diretoras e diretores da Globo, seja pelo seu talento ou pelo temperamento, visto por muitos como bastante forte.
Em entrevista, ela comentou sobre a carreira e a relação com o elenco de suas produções, entre outros assuntos. “Parei de ler críticas sobre mim na época de ‘A Regra do Jogo’, porque estavam pegando muito no meu pé. Pode ter sido o efeito de ‘Avenida Brasil’, todo o mundo queria aquilo de novo”, diz Amora.
E segue no tema: “São fenômenos que não acontecem sempre. Inventaram muitas coisas que nunca aconteceram. Como se tivesse briga e não tinha. Eu sou intensa, mas sou zero tirana. Eu escuto muito. E não me levo tão a sério”.
AMORA EMPOLGADA:
Sobre ser muito empolgada e falar sempre alto, a diretora nega que isso ainda ocorra: “Era… Eu melhorei isso um pouco. Esse tom de voz elevado vem de uma parte ‘menos boa’ do excesso de liberdade. Eu fiquei mais preocupada em falar alto e incomodar as pessoas. E o tom alto é interpretado como má educação e deselegância”, diz.
E segue: “Eu entendi isso. No estúdio, uso um “talkback” [sistema de comunicação aberto], mas também falo mais de perto com as pessoas. Tem funcionado melhor. Vi que poderia ser entusiasmada e intensa, mas sem atrapalhar o espaço acústico ou vibracional de quem é mais calmo. O ator para mim é a alma da cena. Ele não pode estar com a energia em coma”.
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Sobre a grande repercussão que teve a novela Avenida Brasil, a diretora alega que o sucesso pode, sim, ter subido à sua cabeça: “Foi um fenômeno. É humano tirar o pé do chão. Eu acho que o fato de a novela ter sido tão fenomenal deixou todos os envolvidos meio eufóricos, talvez isso… Eu não sei se subiu à cabeça… Não que eu não seja vaidosa, eu sou sim, bastante. Tenho muito prazer na minha criação”.
Ela ainda revela que escalou poucos atores para o elenco desta novela: “‘Avenida Brasil’ eu fiz muito com outras pessoas. Quem mais escalou em ‘Avenida Brasil’ foi o João Emanuel Carneiro [autor] e o Ricardo Waddington [diretor de núcleo]. Na novela, Adriana Esteves, por exemplo, estava selecionada para outra personagem, e Ricardo decidiu mudar. Uma decisão genial!”.
ELENCO PERFEITO? NÃO…
Exigente, ela diz que às vezes tem problemas com seu elenco: “Já houve situações em que o ator não fez o que eu considerava a melhor opção e tive que ser mais incisiva. Mas priorizo escutar o elenco, gosto da troca. Estudo muito, o trabalho está dentro de mim. Respiro a novela. Eu vou ensaiar a cena querendo ver o que os atores têm para me dar de novo, diferente do que eu já sei. Quando não tem isso, aí fica complicado”.
Ela ainda pontua quais são os seus planos antes de se aposentar, daqui há muitos anos: “Quero fazer projetos mais autorais. Um filme, por exemplo. Tenho um longa que eu ia fazer com o Rodrigo Teixeira, mas não desenvolvemos. Estou em busca de uma história. Vai ser uma experiência nova para mim. É um grande desafio. Longa é para a vida. Também quero fazer séries. Eu gostei muito de fazer ‘Assédio'”.
E seguiu revelando os planos para a velhice: “Se você me perguntar qual é o meu sonho de vida, vou te falar: é com 65 anos ter dinheiro suficiente para me dividir entre viver no Brasil e fora, e estudar física quântica. Só penso nisso. É uma “religião”. Acredito no universo, num Deus de energia invisível. Acredito que, quando fazemos o bem, ele volta”. Com informações do Uol.