Com forte bancada evangélica ligada à igreja de Edir Macedo, alguns deputados estaduais do Rio apresentaram na semana passada um projeto de lei que, se aprovado, torna as novelas bíblicas da Record “Patrimônio Cultural de Natureza Imaterial do Estado do Rio de Janeiro”.
Oficialmente quem encabeçam esse projeto de lei são os deputados estaduais Carlos Macedo (PRB), bispo da Universal, Daniel Librelon (PRB), pastor da Universal, Tia Ju (PRB), também ligada à igreja, e Rosenverg Reis (MDB).
O tal projeto de lei não menciona o canal de Edir Macedo, a Record, mas fala de forma genérica em “telenovelas bíblicas produzidas pelas emissoras de televisão brasileiras”. Mas a verdade, sabe-se, só o canal dos bispos faz este tipo de dramaturgia no Brasil atualmente.
Os deputados justificam esse projeto argumentando que “manifestam saberes e formas de expressão cênicas, plásticas, musicais e lúdicas de uma imensa parcela da nossa população, recriando a interação com a sua história de vida”.
Veja também: A Dona do Pedaço: Josiane mata mais um em nova queima de arquivo
“Nossa intenção é reconhecer como patrimônio imaterial do Rio de Janeiro aquilo que já é um patrimônio da humanidade: os exemplos das histórias bíblicas”, conta ao Uol a deputada Tia Ju. “Ainda mais naquilo que o Brasil tem de melhor até como produto de exportação que é a teledramaturgia”, acrescenta ela.
QUEM É CONTRA:
Mas já há quem se levante e critique duramente o projeto: “É um escárnio”, detona o deputado Carlos Minc (PSB). “Ao invés de propor políticas para educação, saúde, segurança, pegam temas de besteirol ideológico. Do ponto de vista de política pública, é zero. Não tem nenhum significado prático. Perde-se tempo e dinheiro com uma coisa dessas, sendo aprovado ou não”, critica Minc.
Vale dizer que o tal projeto antes de virar lei precisa passar (e ser aprovado), inicialmente, por duas comissões, Constituição e Justiça e Cultura, antes de chegar ao plenário. Com informações do Uol.