Está tudo pronto para a estreia de Segunda Chamada, a nova série da TV Globo que vai ao ar a partir de amanhã, 08 de outubro. A obra vai contar as histórias de pessoas que não desistiram da formação acadêmica e que tem que conciliar a vida adulta com o ambiente escolar. Trata-se da Educação para Jovens e Adultos, o chamado EJA, tão presente na sociedade brasileira.
Débora Bloch, de 56 anos, que viverá Lúcia, uma das professoras da série Segunda Chamada. Em entrevista ao Observatório da Televisão, a profissional falou do impactado da história em sua vida, explicou a intensa experiência de imersão na personagem e alertou sobre a importância do tema discutido.
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“A Lúcia perde um filho que é adolescente ainda, tem uma história bem trágica. Esse filho estudava na escola. Ela fica um período afastada, para de dar aulas, e, quando ela volta, ela volta para o ensino noturno. A Lúcia se envolve com os alunos além da escola. Mas, é interessante porque, uma coisa que me chamou atenção quando eu assisti as aulas [durante a pesquisa para construção da personagem]. Eu vi o quanto essas professoras são comprometidas com com esses alunos. Todas que eu fui conversar, sabiam a historia de cada aluno e como cada um deles tinha chegado ali; são alunos que já não tiveram acesso à escola e à educação na idade que deveriam, na infância. Então, eles estão ali porque, de uma certa maneira, eles já carregam um certo fracasso de não ter podido estudar na idade certa”, diz ela.
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“Eu considero que a coisa mais importante numa sociedade, num país, é a educação. E são os professoras que vão nos formar e educar os nossos filhos, as crianças e os jovens, e, prepará-los para uma sociedade ética e civilizada. E este é um assunto que eu acho muito sensível, é um país tão grande e com tantas crianças fora da escola, com a educação de qualidade para poucos, são tantos os problema nessa área e com tão poucas politicas publicas com olhar pra isso. Tudo neste assunto me toca e me afeta”, comenta Débora Bloch.
Por fim, a veterana deixa um aviso. “Mesmo com tantas manifestações [de professores e alunos sobre falhas na educação], você vê ainda pessoas defendendo esses desmontes. Acho que estamos vivendo exatamente a vitoria da ignorância, a vitória da nossa falta da educação, a vitória da falta de investimento na educação. São pessoas ignorantes sobre como se constrói uma sociedade. Não existe país sem educação, não existe nação, civilização sem educação e cultura, são dois alicerce de qualquer país civilizado”, ressalta a atriz de Segunda Chamada sobre o descaso, perseguição e desvalorização com os profissionais da área.
Vale lembrar que o espaço imenso que a educação ocupa na vida do corpo acadêmico é o alicerce dessa história. Mas ela também se abre para pequenos conflitos tanto na escola quanto no cotidiano doméstico deles.