Uma guerra entre dois grandes parceiros, que tiveram uma relação de cumplicidade e trabalho que durou 41 anos, acaba de ser iniciada. O autor Euclydes Marinho alega ter passado a viver de suas reservas financeiras, depois de ter sido demitido da Globo sem receber os direitos trabalhistas.
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De acordo com informações do Notícias da TV, o novelista pede uma quantia equivalente a R$ 3,5 milhões por tudo o que deixou de receber depois de uma tática que tornou-se comum entre as empresas de mídia no Brasil. Para poupar os gastos com FGTS e afins, carteiras assinadas estão sendo transformas em contratos de pessoa jurídica.
Isto faz com que as empresas passem a economizar certos proventos, uma vez que passa a pagar apenas o salário, sem as taxas extras que normalmente ocorrem entre os empresários que optam pelas carteiras assinadas (décimo terceiro, férias e dentre outras taxas).
O caso corre em segredo de Justiça, no TRT (Tribunal Regional do Trabalho), e revela uma polêmica diante de uma parceria que durou tanto e rendeu tantos frutos. Quando não era autor de novelas, Marinho costumava supervisionar roteiros e era figura frequente no setor de dramaturgia.
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Em 2019 com o início do projeto Uma Só Globo, ele fez parte das dispensas e cortes de gastos milionários. A Globo venceu o processo, que coube recursos. Euclydes Marinho afirma que a mudança para PJ teve objetivo de despistar as legislações trabalhistas, o que a emissora carioca comprova não ser verdade.
A Globo afirma que, ao deixar de lado a CLT e passar a ter o autor a partir da Euclydes Marinho Produções Artísticas Ltda, o objetivo era dar maior liberdade artística ao prestador de serviço, uma vez que ele deixava a exclusividade e passava a fazer seus trabalhos conforme bem entendesse. Tanto é que, sequer o autor tinha um crachá ou horário específico para trabalho.
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Entre sua longa estadia na empresa, Euclydes esteve entre as criações de novelas como Brilhante (1981), Mico Preto (1990), Andando nas Nuvens (1999) e Desejos de Mulher (2002). Fora isto, o dramaturgo era presença forte em produções de séries, seriados e filmes da Globo.
Procurados para comentarem o assunto, a Globo respondeu que não pode comentar processos judiciais. Da parte do ex-autor global, ele não foi encontrado para dar suas declarações sobre o assunto.