Na novela O Cravo e a Rosa, que está sendo reprisada em edição especial pela Globo atualmente, o autor Walcyr Carrasco debateu o tema racismo através do personagem Buscapé (Luiz Antônio do Nascimento), e mostrará que ser negro — que atualmente ainda não é nada fácil — era muito mais difícil na época em que a trama era ambientada. Tudo começará quando ela flagrar o menino se pintando de branco.
Ela questionará o que o motiva a isso e o pequeno dirá que não quer mais ser negro. “Nunca ouvi maior disparate. Qual o problema em ser preto, moleque? Uma cor tão boa, como outra qualquer. Ou fica ouvindo as pessoas que pensam que umas são melhores do que as outras?”, dirá Catarina.
“Madrinha, os meninos brancos vão para a escola, estudam, os moços brancos viram doutores. Eu não sei ler e nem escrever. Eu já sou grande e nem as letras do meu nome eu conheço”, lamentará o menino. “Pois amanhã mesmo eu vou procurar uma escola e botar você para estudar”, dirá a mocinha.
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“Eu tenho vergonha. Ainda vou estar com os garotos que vão estar trocando os dentes. Me deixa pintar de branco. Se eu fosse branco, eu tinha de tudo”, dirá ele. “Eu vou te ensinar a ler, escrever, fazer conta, tudo. Quando estiver aprendido, eu te coloco na escola”, prometerá Catarina, comovida.
“Eles não vão querer porque eu sou preto”, dirá Buscapé, sabendo muito bem o preconceito que enfrentará. “Quero ver quem se atreve. Amanhã mesmo você já começa a ter aula comigo. Agora vai tirar essa porcaria da pele. Isso vai entrar no seu corpo e te fará mal”, concluirá Catarina no folhetim.
O Cravo e a Rosa – Resumo dos próximos capítulos