De fato, as tardes da TV brasileira se consagraram como o momento para o público assistir reprises. Ao se deparar com a pandemia, as emissoras apelaram com as reapresentações em faixas dedicadas às novelas inéditas no período noturno.
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O resultado não foi agradável e, imediatamente, a Record foi a primeira a se tocar da enrascada que estava entrando e agilizou suas tramas inéditas. Não foi o caso da Globo, que acumulou uma queda em sequência na média das últimas novelas desde Amor de Mãe (2020).
Reestreando as inéditas com Um Lugar ao Sol, a experiência não poderia ser outra, senão um desastre. A seguir, tentamos ilustrar alguns motivos que podem explicar o fracasso da novela de Lícia Manzo:
O contexto
Se seguirmos nesta lógica de pandemia e da exibição de reprises, podemos afirmar que Um Lugar ao Sol esteve sendo prejudicada pelo seu contexto. A novela anterior que estava sendo exibida, Império, derrubou a audiência e deixou os índices abaixo dos 30 pontos, queda registrada também nas anteriores (Primeira temporada de Amor de Mãe – 28,0 de média e a reprise de A Força do Querer – 26,1 de média).
A própria novela
Os críticos de TV garantem que a culpa do que aconteceu em Um Lugar ao Sol é apenas da própria novela. Isto porque, muito tem se falado do enredo arrastado e pouco popular da novela, que já é o maior fiasco das últimas décadas. Para se ter uma noção, o folhetim coleciona vários recordes negativos que chegam a ser semelhante a audiência das novelas da Record: 15 pontos.
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Obra fechada
Com medo do avanço da pandemia e diante da necessidade de se preparar para novos cenários críticos, Um Lugar ao Sol caiu no pecado de ser uma obra fechada. A novela foi ao ar toda pronta e, historicamente falando, todas as vezes que a Globo fez isso, deu errado. As novelas costumam acompanhar o ritmo do público e não foi o que aconteceu com Um Lugar ao Sol.
Já estreou sabendo
Acredita-se também que, experiente com seu público, a Globo tinha total noção das consequências do que estava fazendo. De acordo com informações da revista Quem e do colunista Thell de Castro, a novela foi picotada antes da estreia e os 147 capítulos prontos, foram reeditados e se tornaram pouco mais de 110 justamente porque os executivos sabiam que Um Lugar ao Sol não agradaria ao público. A novela só não foi mais encurtada ainda por conta dos atrasos nas gravações de Pantanal.
A novela foi prejudicada por, ter sido encurtado os capítulos em final de janeiro e nem assim, chegou há 5 meses no ar, presumo ser a novela com menor duração, na faixa das 21h! Mesmo tendo sido a novela “patinho feio” pela emissora, mas o espaço conquistado pelas mulheres, “banalizado” na personagem Rebeca ao deixar de viver um casamento com homem vintao, ao passo que Santiago casou com mulher de outra geração e, mesmo ela sendo independente, aceitou! A autora com as duas personagens como que agradou a Plimplim, que há décadas insiste manter programas femininos tradicionais voltados a donas de casas, época anterior do espaço feminino no Mercado de Trabalho empresarial! A questão do feminicidio, a autora “amenizou” vulgarizando a personagem no traje e a “caliencia” da relação dela com Christian, com muita ostentação, também. Por fim, mostrou a Lara, com as crianças, Ravi sequelado do acidente e Christian “no pacote”. A autora no suposto afã de fazer de Christian e Túlio, semelhantes a dupla Odete Roittmann e Fátima, “pecou” por tornar Christian eternamente chantageado e o elenco de apoio protagonizando a estória! Resultado de tudo isso: pouca audiência, ainda que bem superior a atual audiência do Faustão!
Um lugar ao sol na minha opinião foi uma excelente novela.
ADOREI, uma das melhores novelas dos últimos tempos, com assuntos importantes da atualidade.