Se depender de Amauri Soares, diretor geral dos Estúdios Globo, as novelas espíritas não terão mais espaço na Globo tão cedo. Isso vale tanto para tramas inéditas como para reprises. O motivo? A emissora carioca está focando num público evangélico e conservador, que se afastou do canal sobretudo durante o governo de Jair Bolsonaro.
Durante muito tempo, a Globo ficou conhecida por investir em tramas espíritas e colheu frutos por trabalhar em cima desse nicho específico. Afinal, como não lembrar de A Viagem e Alma Gêmea, ambos folhetins espíritas que tiveram excelente desempenho no Ibope? Outra grande aposta do canal, a autora Elizabeth Jhin, escreveu várias novelas espíritas como Escrito nas Estrelas (2010), Além do Tempo (2015) e sua mais recente, Espelho da Vida (2018). Por outro lado, ela foi dispensada da empresa e até chegou a comentar sobre o assunto, mostrando toda sua insatisfação.
O problema é que, segundo Amauri, em breve, dentro de dez anos, o público evangélico será a maioria. Com novelas espíritas no ar, o profissional considera que a emissora poderá sofrer rejeição – resultando numa suposta crise de audiência. Daqui para frente, será bastante comum novelas com temáticas evangélicas. Vai na Fé, inclusive, foi um exemplo claro disso.
Recentemente, surgiram rumores de que a Globo estaria interessada em fazer o remake de A Viagem. A ideia, no entanto, caiu por terra devido a nova política da emissora em investir no nicho evangélico, como revelado no texto acima. Em contrapartida, quem quiser assistir a novelas espíritas, terá que se contentar com o Canal Viva ou ao streaming da emissora, Globoplay.
No ano passado, o Viva reprisou Alma Gêmea, sucesso de Walcyr Carrasco que conta a história do amor eterno de um homem e uma mulher tragicamente separados e que, cerca de 20 anos depois, voltam a se encontrar quando ela reencarna em um novo corpo. Em breve, o público também poderá acompanhar A Viagem.
Com isso, ao que tudo indica, para “aliviar” a barra com o público espírita, a Globo deixará o Viva responsável para esse tipo de novela. Enquanto isso, na TV aberta, a emissora carioca tratará trazer cada vez mais obras conversadoras. E você, o que achou dessa atitude?