Hoje em dia, a Record está nos céus com o que tem a seu dispor. Apostando em tramas leves e bíblicas, a emissora dos bispos tem boa audiência, bom faturamento e repercute da maneira que gostaria. É o cálculo certo, mas que não existia há um tempo atrás. Antigamente, de um lado tinham os críticos apontando a suposta interferência de pessoas ligadas à igreja na dramaturgia da emissora. Por outro lado, tinham os números mornos de audiência.
Essa soma de críticas negativas com a falta de público resultava em uma péssima imagem para a emissora, o que foi superado em boa parte. Diante da aparente consolidação que existe atualmente, vamos relembrar um pouco quando as coisas desandaram na Record:
Roda da Vida (2001)
De autoria de uma das criadoras da versão original de Ti Ti Ti (1985) na Globo, a escritora Solange Castro Neves, Roda da Vida sofreu com falta de investimentos associado aos olhares voltados a uma outra produção da emissora, Vidas Cruzadas, que ainda estava em exibição quando as gravações de Roda da Vida se iniciaram. Deste modo, a novela acabou fracassando e chegando ao fim com uma média pífia de 4 pontos.
Metamorphoses (2004)
Diante da experiência desagradável com Roda da Vida, a Record teve um hiato nas suas produções de novelas mas, quando retornou, fez um investimento gigantesco para lançar Metamorphoses. Teve a maior publicidade já realizada com outdoors, uma campanha em conjunto com o jornalismo da emissora tratando dos temas da novela e muitas matérias sobre os bastidores da produção. Só que, quando a novela foi ao ar, o público não gostou do que viu e claramente isto ficou representado. Houve o momento em que a Record chegou a atingir, durante a exibição da novela, o número irrisório de 0,7 pontos.
Alta Estação (2006)
De olho no sucesso de Malhação (Globo), a Record investiu em uma trama com pegada teen para ver se daria certo neste novo nicho de público. O que acontece é que o público-alvo pensado para a novela sequer teve interesse na história, que atingiu péssimos índices e fracassou com média de 5,7 pontos.
Máscaras (2012)
Novela de Lauro César Muniz, Máscaras foi a responsável por causar uma das maiores crises da história da dramaturgia da Record. Todo o investimento e consequente retorno atingido com Vidas em Jogo, que chegava a incomodar a Globo, foi jogado fora quando Máscaras teve sua exibição iniciada. De 18 pontos com Vidas em Jogo, a Record se viu em desespero quando a sucessora Máscaras era apresentada e tinha média de 5,8.
Pecado Mortal (2013)
Sucesso na crítica, a novela de Carlos Lombardi não conseguiu segurar o público da mesma maneira em que segurou a opinião dos especialistas em TV. A audiência de Pecado Mortal chegou a ter média geral pior do que Alta Estação. No histórico de seus recordes negativos, Pecado Mortal teve índices piores do que Metamorphoses.