Boni, ex-chefão da Globo dos anos 60 aos 90, deu uma entrevista recente à Rádio Bandeirantes e criticou a onda de demissões no canal. “Não considero essas pessoas contratadas da Globo, eu considero sócios, investidores”, disse ele.
E seguiu: “Essas pessoas jamais poderiam ir embora porque você pode encerrar um contrato, mas não pode demitir o teu sócio. Eles são investidores da TV Globo, não contratados”. Boni ainda relembrou os momentos iniciais da TV de maior sucesso do Brasil.
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“Essas pessoas vieram naquela época, 1967, a meu convite e vieram acreditando em uma ideia”, disse ele, que seguiu falando dos medalhões da emissora. “Não é a TV Globo inteira, mas tem umas dez, 15 pessoas alí que teriam que ser mantidas para o resto da vida porque eles não foram lá por dinheiro. Eles acreditaram numa ideia. Então, são responsáveis pela construção da TV Globo”.
O ex-chefão da Globo seguiu: “Eles não foram contratados pela TV Globo porque não havia dinheiro. A TV tinha praticamente ido quase à falência, dr. Roberto [Marinho] teve que empenhar tudo o que tinha na vida dele para recuperar os prejuízos iniciais”.
Sobre a frieza que está cada vez mais presente no mercado, desconsiderando cada vez mais quaisquer laços afetivos, ele diz: “A gente tem que imaginar que o mundo todo caminha para essa frieza, o que é uma pena, eu lamento muito. Mas a televisão é um negócio como outro qualquer, existe para ganhar dinheiro”.
Por fim, Boni declara: “De qualquer forma, a televisão se diferencia de qualquer outra empresa porque ela trabalha basicamente com uma coisa chamada talento. Pode ser no jornalismo, dramaturgia, musical, o que for. E ela lidando com isso, não tem condição nenhuma de imaginar que pode simplesmente focar no lucro e nada mais. Se não fosse assim, a TV Globo não teria surgido”.