Após 40 anos na Globo, onde trabalhou como ator, autor e assistente de diretor, José de Abreu, de 74 anos, revelou que decidiu sair do canal, pois quer tentar a carreira fora do país, onde já mora há algum tempo. Segundo Zé,tudo ocorreu bem, rem rusgas,e de “uma maneira extremamente boa para os dois lados”.
Sobre morar fora, ele conta, ao Uol: “Saí em 2014, ainda antes do episódio da “cuspida”. Mas nada a ver com a Globo, que sempre respeitou minha posição política, inclusive me emprestou dinheiro para eu comprar meu apartamento na França. Saí pela necessidade interior de morar onde não me conhecessem”.
“Queria ter uma vida “incógnita”, depois de tantos anos de autógrafos e selfies. A perseguição política começou na campanha (presidencial) do José Serra, em 2010. Depois das duas últimas novelas das nove, vi que ficou impossível viver aí. Muita ameaça de morte, provocações na rua”.
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Ele alega que está em paz e não tem mágoas do canal: “Não, pelo contrário. Mais uma vez me trataram muito bem, estou muito satisfeito. Tenho uma relação muito boa com a direção da casa. Sempre tive, já fui diretor, produtor, assessor do Daniel (Filho), fiz muita coisa lá. E já tenho duas novelas para fazer lá na frente. Mas não posso adiantar”.
JOSÉ DE ABREU, O POLÊMICO:
José de Abreu ainda teoriza sobre o silêncio da classe artística sobre os acontecimentos políticos do país. “Muitos vêm me dizer que tem medo de prejudicar suas carreiras. E prejudica mesmo. Não na Globo, que não se mete, mas em teatro e cinema pode prejudicar, sim. Outros são alienados mesmo. Mas, olha, no dia que fui ao Faustão defender a Dilma e denunciar o golpe (durante o ‘Arquivo Confidencial’, em abril de 2016) recebi ligações de colegas da Globo que não podia imaginar que eram “do nosso lado”. Fiquei muito impressionado. Atores, diretores, produtores. Dos mais altos escalões”.
Sobre sua carreira internacional, ele prevê: “Algumas coisas, mas tudo dependia do fim do vínculo com a Globo, eu sou muito consciente das minhas responsabilidades profissionais. Em Portugal tenho um convite, mas nem quis conversar. Só depois de julho que posso assinar qualquer outra coisa. Tem um filme que está quase fechado, mas tudo pra depois de julho, aqui na Nova Zelândia”.