Substituta de Órfãos da Terra, vem aí em setembro Éramos Seis na Globo. A trama é mais uma adaptação para a TV do romance de Maria José Dupré, sendo também um clássico da literatura brasileira que volta e meia reaparece na telinha.
E a personagem principal, Dona Lola, agora vivida por Gloria Pires, deve ser um pouco diferente da personagem interpretada por Irene Ravache, no SBT, em 1994. Segundo a própria autora da adaptação, Lola volta mais dona de si.
“Como sou uma autora do século 21, tem algumas alterações. De cara posso dizer que a Lola não é a mesma de 1994. Ela é uma mulher vista com o olhar de hoje. Eu diria que essa Lola tem mais voz, é menos submissa. Vejo nessa Lola algumas reações e possibilidades com o meu olhar”, disse Ângela Chaves ao Uol.
Ela segue: “Eu nunca assisti à novela de 1994, mas meu trabalho foi em cima do texto do Rubens e do Silvio de Abreu e li o livro. A adaptação deles é uma que considerado exemplar, fez tanto sucesso porque ela é muito feliz e sensível”, elogia a autora.
Mesmo gostando do texto, Ângela ressalta que sua versão será diferente da adaptação de 1994: “Reconheço o valor dessa obra, mas também é óbvio que não vai ser uma cópia. É preciso fazer atualizações de linguagem, de estrutura, de velocidade. A dramaturgia é diferente à daquela época. Foi um trabalho de mergulho muito grande, de respeito, para poder recriar”.
ÉRAMOS SEIS ONTEM E HOJE:
Ela revela até uma curiosidade: “Uma coisa curiosa é que a locação da casa da Tia Emília (Susana Vieira), que é o Palácio dos Cedros, foi a mesma da versão anterior, e eu não sabia disso. Foi uma coincidência boa. Quem viu a versão anterior vai ver em alguns momentos as mesmas locações”.
“Tem um olhar um pouco inédito para as gerações que não conhecem, mas quem assistiu, tem uma relação afetiva, vai identificar as versões anteriores e poder saborear uma visão do audiovisual de hoje”, disse o diretor da trama, Carlos Araújo.
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“Não existe um vilão, o vilão é a própria vida. Acho que essa é a grande atualidade dessa história: a gente perceber que na verdade a vida vai levando por caminhos determinados pela situação”, diz a autora.
E segue: “Durante a crise [econômica] de 29, no Brasil, o custo de vida começa a aumentar. Fica mais difícil pro Júlio pagar as contas. Aí acontece o fantasma do desemprego, como ele dá conta disso? Isso continua sendo atual”. Com informações do Uol.