Assumidamente noveleiro, o cantor Luiz Carlos, do Raça Negra, conta em entrevista ao Uol que adora que sua música, Cheia de Manias, seja tema dos momentos bons e alegres de maria da Paz, na trama do horário das 9 da Globo.
“Adoro ver novela. Agora está meio corrido, mas quando posso assisto. [Cheia de Manias] combina [com a Maria da Paz]. Além de ser uma mulher bonita, é uma atriz fora do comum. Ela se veste com o tema da novela. E gosto que [a música] aparece sempre nos momentos mais felizes dela”, diz Luiz.
E acrescenta: “Nos momentos ruins, bota Chitãozinho e Xororó. Viu, ‘Zé de Lima’? Quando é ruim é você! Quando é Cheia de Manias ela fica rindo, sai com o Gianecchini”, brinca Luiz Carlos, mandando recado a Durval de Lima, o cantor Xororó.
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Sobre o refrão da canção, ele conta uma curiosidade: “O povo cobra e eu também. Se eu falar ‘Dig dig’, pessoal fala: ‘O que é isso? É didididididiê’. Para mim, é difícil também. As pessoas perguntam por que ‘didididididiê’. Falta de letra, rapaz! Não tem ‘laiá laiá’?”, explica, aos risos.
LUIZ CARLOS CONTA COMO SURGIU A LETRA:
Ele relembrou ainda quando a letra da música foi de fato criada: “Trabalhei oito anos na Folha. Colava páginas, montava fotos, usava nanquim. Fiz dois anos de jornalismo, mas meu pai morreu e tive que parar. Fiz essa música em 1978, em uma festa de fim de ano do jornal. A menina queria ir ao casamento da minha irmã e tinha que arrumar um motivo: eu”.
E acrescentou: “Ela namorou comigo um dia. No outro, fui até a casa dela, eu a vi entrando e perguntei: ‘Cadê ela? Fulana está aí?’. ‘Não, diz que não está não!’ Aí eu: ‘Cheia de manias, toda dengosa, menina bonita, sabe que é gostosa, com esse jeito faz o que quer de mim…'”, recorda Luiz, cantarolando.
E ainda desabafou, de forma bem humorada: “As pessoas costumam dizer que é música de corno. Não. A música te liberta de muita coisa, porque o choro é igual ao riso. Chorar liberta muita coisa que está guardada dentro da pessoa, como o riso. Quando estou triste, vou lá atrás, no começo do Raça Negra, e volto na fase em que eu ficava na frente da rádio com a fitinha e o cara quase passava por cima de mim. Ao mesmo tempo, me liberta daquelas coisas que eu estava sentindo”, afirma o cantor.