Justino (Mauro Mendonça) esconde um segredo em Cabocla: ele é sócio oculto de Zaqueu (Alexandre Rodrigues) na venda local, e essa parceria tem servido para praticamente escravizar os trabalhadores de suas terras.
Acontece que Justino paga seus empregados com vales ao invés de dinheiro, e esses vales só podem ser usados na venda de Zaqueu. No entanto, a venda não só oferece poucos produtos, como também cobra preços abusivos, garantindo que todo o dinheiro que os trabalhadores teoricamente recebem acabe voltando para os bolsos do coronel.
Esse modelo mantém os peões em uma espécie de ciclo vicioso. Como eles não recebem dinheiro, não têm a liberdade de comprar em outros lugares. O controle total de Justino sobre o fluxo econômico da sua fazenda garante que ele sempre saia ganhando, e fazendo com que seus empregados trabalhem praticamente de graça.
O coronel esconde esse segredo até mesmo da família. E para Boanerges (Tony Ramos), isso seria uma traição imperdoável, já que o rival acredita que Zaqueu é um comerciante confiável, mas mal sabe ele que ele faz parte de um esquema que beneficia Justino às custas dos trabalhadores. Caso isso viesse à tona, a situação poderia causar uma verdadeira revolta entre os caboclos.
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No entanto, essa sociedade clandestina pode estar com os dias contados. Acontece que Boanerges decide pagar seus empregados com dinheiro, uma mudança que será seguida por outros fazendeiros da região. Com isso, os trabalhadores passam a ter a liberdade de escolha sobre onde gastar seus salários, esvaziando a venda de Zaqueu.
Como resultado, o faturamento do estabelecimento cai drasticamente, e o negócio se torna muito menos lucrativo para Justino. Zaqueu, por sua vez, terá que investir mais em seu estoque e oferecer melhores condições para atrair os clientes de volta, o que dificulta ainda mais a continuidade do esquema.