Hoje, a Record vive uma realidade de forte investimento em novelas bíblicas. As histórias mundanas perderam espaço na programação, que reserva uma faixa horária muito escondida para um reality com estes objetivos.
Veja também – Relembre cinco novelas estrangeiras exibidas pela Record
Apenas depois das 23h que a emissora dos bispos passa a exibir conteúdos profanos. Mas, há alguns anos atrás, a política adotada pelos executivos não era tão rígida. Tanto é que os gays, que não existem no mundo atual das novelas da Record, um dia tiveram espaço nas tramas.
Vamos relembrar aqui as vezes em que os folhetins da emissora dos bispos apostaram em personagens LGBT’s. Veja:
Direito de Vencer
Antes das novelas bíblicas, houve uma época em que a emissora dos bispos promovia tramas com temática religiosa. Nas histórias, os personagens acabavam tomando rumos que permitiam a ida a Igreja Universal. Direito de Vencer era uma destas histórias, com apenas 49 capítulos e que tinha Carlo Lucilli (Edwin Luisi) no papel de gay.
Ele tinha um irmão preconceituoso, chamado Luigi Lucilli (Luiz Carlos de Moraes). Eles se odiavam, mas Luigi precisou vencer o preconceito porque era infértil e precisava do sémen do irmão gay para poder engravidar sua esposa.
Veja também – Depois de estrear em novela-bomba, saiba qual estrela de Cara e Coragem renega passado na Record
Roda da Vida
Depois das novelas utilizadas pela Igreja Universal para evangelizar, a Record teve a fase das novelas de baixo custo. Os “pastelões” fizeram feio e foram rejeitados pelo público. Dentre estas péssimas experiências, está Roda da Vida.
A novela foi ao ar em 2001 e tinha um vilão revoltado consigo próprio porque era gay. O personagem se chamava Ronaldo e era vivido pelo ator Ernando Tiago. Além de tudo, o rapaz vivia em uma família problemática.
Veja também – Relembre cinco novelas recentes que começaram boas, mas terminaram péssimas
Cidadão Brasileiro
Clássico de Lauro César Muniz, Cidadão Brasileiro foi ao ar em 2006 e fez sucesso. O autor deu declarações públicas, negando existir qualquer orientação por parte da Record para proibir a presença de gays.
A novela tinha o personagem Nilo Ramos (Thiago Chagas), um homossexual que negava sua orientação sexual se envolvendo com Julieta (Vanessa Goulart). Ao longo da trama, ele se descobre apaixonado loucamente por Aguinaldo (Gustavo Haddad).
Veja também – Ex-atriz da Globo desafiou Deus e virou capa de jornal após suposto castigo divino
Chamas da Vida
Reprisada até pouco tempo atrás, Chamas da Vida foi ao ar em 2008 e foi outra boa experiência da Record no quesito audiência e aceitação por parte do público. A novela contava com a personagem Docinho, uma travesti vivida por Roberto Bomtempo.
Diferentemente dos demais casos, a Record teria promovido uma intervenção na novela e exigido a retirada da personagem LGBTQIAP+. De acordo com matéria publicada pelo jornal Folha de S. Paulo na época, a decisão foi baseada na rejeição do público à Docinho.
Veja também – Saiba qual segredo da Globo fez com que atriz desistisse de carreira: “Me tirou o prazer de atuar”
Os Mutantes
Atualmente, os gays da teledramaturgia são menos caricaturizados. Porém, na época de Os Mutantes (2008), isto era comum e a trama tinha dois personagens gays: Danilinho (Cláudio Heinrich) e Bené (Déo Garcez).
Danilinho era o tipo de gay afeminado e tinha uma trilha sonora que ilustrava todas as suas aparições. Por outro lado, Bené era exatamente o oposto de Danilinho, pois era considerado um gay com trejeitos héteros e mais discretos.