A Globo bateu o martelo e decidiu qual será a próxima novela do Vale a Pena Ver de Novo. Depois de A Favorita, entra no ar Mulheres Apaixonadas. A escolha mantém a estratégia inicial de dedicar esta faixa para as novelas das nove.
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As reprises de novelas das seis e das sete passam a serem exclusivas da faixa Edição Especial, exibida após o Jornal Hoje desde a reapresentação de O Cravo e a Rosa. Inicialmente, os planos apontavam para que A Favorita fosse exibida na íntegra.
No entanto, a trama de João Emanuel Carneiro não empolgou o suficiente e a Globo vai apelar para um clássico de Manoel Carlos. Será a terceira reprise de Mulheres Apaixonadas, tendo sido a primeira na TV Globo e a segunda no Canal Viva.
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A seguir, você vai conhecer algumas polêmicas que aconteceram nos bastidores deste novelão:
Escalação às pressas
Exibida em 2003, Mulheres Apaixonadas entrou no ar muito antes do esperado. Manoel Carlos ainda estava concebendo a ideia da novela, quando a Globo desistiu de Celebridade e escalou o autor. A novela de Gilberto Braga teve a sinopse reprovada e, diferentemente dos demais casos, Maneco teve pouco tempo para desenvolver a novela das nove.
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O autor precisou interromper suas férias e pediu 15 dias à Globo para reorganizar o projeto da trama que seria Mulheres Apaixonadas. Celebridade entrou no ar imediatamente após a trama de Manoel Carlos.
Linchamento e rejeição na rua
Um dos núcleos mais marcantes de Mulheres Apaixonadas foi o vilão Marcos (Dan Stulbach) e a mulher Raquel (Helena Ranaldi). O casal vivia um relacionamento tóxico, com as agressões constantes de Marcos à mulher Raquel.
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Por interpretar o personagem tão perfeitamente, Dan Stulbach chegou a ser rejeitado em aparições públicas: “Levei beliscões, guarda-chuvadas de senhoras nas ruas, não me atendiam nos restaurantes, mudavam de calçadas, não sentavam ao meu lado no avião. No fim da novela eu tinha até segurança na porta de casa“.
Gravação de cena clássica jogada no lixo
Hoje em dia, a gravação de uma novela não costuma chamar tanta atenção. Mas, antigamente, as filmagens externas eram motivo de alvoroço. Foi por conta disto que uma cena clássica e bastante conhecida de Mulheres Apaixonadas precisou ser regravada devido a interferência de cerca de mil curiosos.
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Após sete horas de preparação, a cena original em que Fernanda (Vanessa Gerbelli) morre vítima de uma bala perdida foi descartada. De acordo com uma matéria do jornal O Globo da época, o diretor Rogério Gomes se irritou porque um flash de uma câmera de um curioso atrapalhou o momento crucial.
Protesto da população
Esta mesma cena em que Fernanda é baleada em um tiroteio teve diversas outras consequências. As gravações ocorreram no Leblon, área nobre do Rio de Janeiro, e os moradores se sentiram desprestigiados com a forma em que Manoel Carlos retratou o lugar.
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Em consequência disto, o prefeito César Maia que governava a cidade do Rio de Janeiro na época, quase proibiu as gravações. Comerciantes diziam que a novela iria afastar turistas, uma vez que seria mostrado para o Brasil uma sensação de que o Rio de Janeiro é inseguro. Ainda assim, a Globo conseguiu a autorização e gravou a cena normalmente.
Lésbicas “companheiras”
As novelas costumam retratar a sociedade e foi assim que o casal lésbico Clara (Alinne Moraes) e Rafaela (Paula Picarelli) esteve presente em Mulheres Apaixonadas. Porém, atento as anteriores experiências malsucedidas de abordagem deste tema, Manoel Carlos foi cuidadoso.
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Colocou o casal para viver o romance e surpreendeu com a aceitação. Uma pesquisa feita pela Globo apontou que o público aprovou o casal lésbico, mas com a condição de que não houvesse beijo. Assim, Maneco a transformou em “companheiras”. Clara e Rafaela só dão um simples selinho no final da novela.