Ontem foi considerado um marco na história recente da TV brasileira. Pantanal, de Benedito Ruy Barbosa, finalmente conseguiu ir ao ar na Globo. A novela exibida pela Manchete há três décadas atrás foi entregue primeiramente para a emissora carioca.
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Eles desdenharam e duvidaram do sucesso que a novela teria, rejeitaram o projeto e, em seguida, aconteceu o que ninguém esperava. Pantanal bateu o recorde de maior audiência de uma novela fora da Globo até hoje.
Tudo começou em 27 de março de 1990, data esta que completou 32 anos exatamente no último domingo. Nesta segunda-feira, começou o remake global e imediatamente remetemos ao que aconteceu quando a versão original esteve sendo apresentada pela primeira vez ao público.
Segundo constam os relatos históricos, era o período em que a Polônia alterava sua política econômica, se dissociando da economia socialista e adotando o modelo liberal que a coloca até hoje como um dos países pós-comunistas mais ricos do mundo.
Também naquela época, o Panamá era invadido pelos Estados Unidos após grave crise econômica e uma fase nebulosa enfrentada no país, que perdeu o líder de um golpe de estado e enfrentou momentos críticos sem um titular na presidência. O autointitulado líder Manuel Noriega é deposto e as forças americanas encabeçaram um processo eleitoral.
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O Haiti declarou estado de sítio, com imposição de censura e prisão de opositores. O McDonald’s abria sua primeira unidade na Rússia e marcava o início da Globalização. Em seguida, o processo se perpetua com a abertura da mesma lanchonete na China.
A Guerra Fria dava seus primeiros sinais de enfraquecimento e, por iniciativa do então presidente dos Estados Unidos, George H. W. Bush, se discursava a favor do cessar fogo. Semanas depois, o mundo parava para acompanhar a libertação injusta do preso político Nelson Mandela, o principal combatente do apartheid, movimento que promovia a segregação e inferiorização do negro.
No Brasil, se vivia a euforia do início de um dos governos mais polêmicos da história. Em 15 de março de 90, Fernando Collor de Melo assumia a Presidência da República, cargo este que perdeu depois do escândalo do confisco de poupanças.
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Em meio a esta felicidade momentânea que o país atravessava com a chegada de Collor, todos paravam para assistir no horário nobre aos últimos capítulos da novela Tieta. Enquanto isto, a Manchete se preparava para colocar no ar Pantanal, sucedendo Kananga do Japão em 27 de março.
A novela era apresentada sempre ao fim da faixa das nove da Globo, o que causava uma impressão de que todo o público da emissora carioca esperava o fim de Tieta (e posteriormente de Rainha da Sucata), para assistir a trama rural.