Atualmente encabeçando o projeto de telesséries (novelas para streamings) do grupo Warner em toda a América Latina, Silvio de Abreu reconhecidamente tem uma veia de gestor. Não é a toa que, até pouco tempo atrás, ancorava a dramaturgia da Globo.
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Só que, antes de chegar a este cargo no ano de 2014, Silvio teve um longo trabalho. Assinou títulos de sucesso como diretor, produtor, roteirista e autor. Neste último caso, rendeu alguns sucessos e fiascos.
Entre as novelas mais conhecidas que o dramaturgo esteve envolvido, destacam-se por exemplo: Guerra dos Sexos (1983), Sassaricando (1987), A Próxima Vítima (1995) e Passione (2010).
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Com Rainha da Sucata (1990), teve o prazer de entrar no top 10 das maiores audiências da história das novelas da Globo. Entretanto, provavelmente tudo seria diferente se a Globo não sofresse com o impacto da chegada de Pantanal.
Praticamente ao fim da exibição da trama protagonizada por Regina Duarte, ia ao ar a novela de Benedito Ruy Barbosa na Manchete. Não tão raramente, a emissora esperava Rainha da Sucata acabar, para começar Pantanal.
A estratégia deu certo e, estreando aos 7 pontos, facilmente a trama rural se viu aumentando seus índices numa escalada impressionante. Isto incomodou a Globo, a qual sempre foi acostumada a manter uma posição de exclusividade e liderança consolidada.
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Com a distância entre a emissora carioca e os Bloch diminuindo cada dia mais, coube a Globo mudar pela primeira vez o horário da sua novela das oito (atualmente, novela das nove). Os capítulos de Rainha da Sucata passaram a avançarem às 21h30, dando mais trabalho a Silvio de Abreu.
De acordo com os relatos, tanto de livros quanto de Nilson Xavier, estudioso especialista em teledramaturgia, os picos de Pantanal na Manchete ultrapassavam a casa dos 30 pontos e batia a Globo com facilidade.
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Porém, os Marinho sempre negaram e, diante da atitude, ficava comprovado o quanto eles viam Pantanal como sua inimiga número 1. Em relato para o livro Biografia da Televisão Brasileira, Silvio de Abreu assumiu o incômodo.
E negou que sua novela enfrentava Pantanal: “As duas nunca concorreram, mas a imprensa só publicava comparações. Tinha noites que eu chegava aos 70 pontos de pico e mais tarde o Benedito atingia 40. Aí só falavam dele!”.
