A simpatia entre Jair Bolsonaro e Edir Macedo não se limita aos elogios feitos entre eles. Ambas as figuras intermediam negócios robustos, pelos quais muitos deles inclusive têm surtido efeitos inesperados.
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Ao ter adquirido Os Dez Mandamentos para exibir em horário nobre pela TV Brasil, que é estatal e exibe diariamente assuntos do Governo, os efeitos foram mais do que positivos no que se refere a audiência.
Para que se tenha uma ideia, no embate direto com redes como a TV Cultura e a RedeTV!, a TV Brasil conseguiu se consolidar na quinta colocação. O último capítulo foi exibido nesta terça-feira, 11 de janeiro.
Entretanto, para ter direito à produção, o Governo Bolsonaro teve que desembolsar dos cofres públicos uma fatia considerável. A Record, de propriedade do bispo Edir Macedo, cobrou a fatia de 3,2 milhões de reais.
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Os dados estão disponíveis nos sites de transparência, onde revelam a negociação para a compra do conteúdo. Para que seja mais exato, o valor pago com dinheiro público para a compra da saga de Moisés foi de R$ 3.207.067,92.
Esta afinidade entre o governo e o conhecido bispo fica ainda mais nítida com a continuação da parceria. Isto porque, a partir desta quarta-feira, 12 de janeiro, passará a ser exibida A Escrava Isaura, que também é da Record.
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Com o novo licenciamento de conteúdo, o governo tirará dos cofres público direto para a conta da empresa do bispo uma fatia menor: R$ 1.868.522,39. Somando toda essa negociação, a Record lucrará R$ 5.075.590,31.
Denilson Morales, diretor de conteúdo e programação da EBC, afirmou que a decisão de seguir a parceria com a Record foi tomada através de um comitê, que tem como interesse “valorizar as produções nacionais”.
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Empolgado com a estreia de A Escrava Isaura, Denilson declarou: “Esse é um dos motivos pelo qual a história narrada torna-se atrativa para o telespectador. Vale lembrar que a primeira versão da novela é de 1976 e foi vendida para mais de 80 países, sendo o primeiro grande sucesso mundial da Rede Globo de Televisão”.