Em Nos Tempos do Imperador, sendo exibida pela Globo, Tonico (Alexandre Nero) dará provas que não superou o fato de ter sido abandonado por Pilar (Gabriela Medvevoski) no altar. Assim, quando ele descobrir que a mulher se formou em medicina e exercerá a profissão no Brasil, o vilão fará questão de humilhá-la.
Na ocasião, Tonico, após uma passagem de tempo, se tornará dono de um jornal muito famoso. Ele, por sua vez, receberá uma carta de Dom Pedro II (Selton Mello) dando a notícia sobre a primeira médica do Brasil. Ao ver a foto de Pilar, ele decidirá publicar a novidade, mas fará um texto cheio com informações falsas.
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Sem saber da publicação, Pilar decidirá ir ao trabalho normalmente. Mas, ela estranhará a falta de pacientes na Ordem Terceira, onde estará atendendo. Nesse momento, a madre surgirá com o jornal em mãos. Ao ler o texto, ela ficará em choque: “Mas o que é isso? Quem escreveu esse monte de mentira sobre mim?”.
Na matéria, Tonico terá escrito que Pilar havia sido expulsa do convento por atentar com os valores morais. Além disso, questionará os gastos de Dom Pedro II com a formação da mulher, e ainda colocará em cheque a veracidade do diploma. Ao terminar a leitura, ela se dirigirá até o jornal para tirar satisfação sobre o assunto.
Confira a matéria completa escrita no jornal
“Quem é a primeira médica do Brasil? Maria do Pilar Cavalcante Mendes voltou ao Brasil após se formar em medicina nos Estados Unidos. Os seus estudos foram proporcionados pelo Imperador Pedro II, o “mecenas” de tantos jovens talentos das artes e das ciências. O seu zeloso pai, um fazendeiro do Recôncavo, a colocou no convento para que ela tivesse uma formação digna. Mas Pilar acabou sendo expulsa, por atentar contra valores morais e católicos. Ela viveu um tempo em Salvador, onde envolveu-se com um senhor casado que a ajudou financeiramente. Mas logo perdeu a proteção que tinha e retornou à casa paterna, para casar-se com o honrado noivo a quem estava prometida. Felizmente a verdade foi logo revelada e o digno rapaz escapou de ser mais uma de suas vítimas, rompendo o compromisso no altar. Com a honra coberta pela lama, o pai deserdou a filha que veio para a capital tentar a vida. O dinheiro público que poderia ser aplicado aqui, na educação de homens a quem realmente podemos confiar, foi jogado no lixo. Afinal, o que de fato se espera de uma mulher decente, é que ela exerça seu papel de esposa e mãe, antes de qualquer outro. No Rio de Janeiro, Pilar conheceu e se amasiou com Samuel, um negro vagabundo, arruaceiro, com passagens pela polícia. É de se lamentar o fato do Imperador ter-se deixado enganar pela moçoila e promover seus estudos no exterior. Cabe agora à população dizer se quer se consultar com a ‘primeira médica do Brasil’. Pois quem garante que ela usou todo o seu tempo nos Estados Unidos estudando e honrando o investimento do Imperador? Quem pode garantir que o seu diploma é verdadeiro? Quem estará tranquilo entregando a própria vida em suas mãos? Além do que, se mulheres fossem boas médicas, Pilar Cavalcante Mendes não seria a ‘única’ médica do Brasil”.